5 Abril 2017
Indústria

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Regresso das marcas dá novo fôlego à divisão Moda da TMG

“Estamos a assistir ao regresso a Portugal de marcas importantes como a Lacoste, Gant ou Celio”, afirma Manuel Gonçalves, neto do homónimo fundador da Têxtil Manuel Gonçalves, numa reportagem publicada no Journal du Textile (que pode ver aqui), intitulada “TMG impulsionada pelo regresso ao fornecimento de proximidade”.

Manuel Gonçalves explica as duas diferentes velocidades a que o grupo cresce, por estar apoiado em dois segmentos da ITV tão diversos como o dr. Jekill e o Mr Hyde  – os têxteis técnicos (TMG Automotive) e a moda.

“De um lado, temos a indústria automóvel, ultra-estruturada e organizada, um negócio estável em que se pode fazer previsões com três anos de avanço. Do outro, temos uma indústria de moda impulsiva e em permanente mutação, com constantes variações no volume de negócios e em que não se pode fazer planos a mais de três meses”, analisa.

O grupo TMG faz um volume de negócios na ordem dos 120 milhões de euros, para o qual a divisão Automóvel contribui com a fatia de leão. O programa de investimentos, orçado em 52 milhões de euros e que contempla a criação de 150 postos de trabalho, reserva uma fatia de sete milhões para a divisão Moda adquirir máquinas mais performances, que lhe permitam fazer face ao crescimento de encomendas resultantes do regresso a Portugal de marcas importantes.

Nas suas fábricas, a TMG tem capacidade instalada para produzir anualmente cinco milhões de metros de tecido (para calças, casacos e camisas) e 2,5 milhões de metros de malhas.

A alta de encomendas registadas na divisão moda da TMG é atribuída por Manuel Gonçalves a três razões – e mais uma:

  1. A baixa da competitividade chinesa;
  2. A instabilidade política na Turquia, nosso concorrente directo;
  3. O mérito da ITV portuguesa, uma indústria verticalizada, com todos os fornecedores concentrados num raio de 60 quilómetros, e que soube reforçar as suas competências na área do design e tirar partido do fator proximidade.

A mais uma é o efeito Inditex, que com as suas seis colecções/ano, onde integra cápsulas de duas em duas semanas, imprimiu outro ritmo e deu um novo fôlego à fileira têxtil portuguesa.

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