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A Farfetch, empresa de e-commerce de moda de luxo liderada por José Neves, conseguiu aumentar as vendas no terceiro trimestre em cerca de 90%, mas isso não foi o suficiente para escapar a mais um período de fortes resultados negativos: 85,5 milhões de dólares, mais 10,6% que os prejuízos de 77,3 milhões verificados no período homólogo do ano passado.
As receitas atingiram os 255,5 milhões de dólares, uma subida de 89,9% em relação aos 134,5 milhões no terceiro trimestre do ano passado, com o volume total processado pela plataforma (gross merchandise value, GMV, na sigla em inglês) a aumentar para 310 milhões, uma subida de 58,7%. Os custos de vendas, gerais e administrativos aumentaram para 195,4 milhões de euros, depois de terem sido de 144,2 milhões no terceiro trimestre do ano passado. O EBITDA, ajustado foi negativo em 35,6 milhões de dólares no terceiro trimestre do ano, mais 10,3% face aos 32,3 milhões do período homólogo.
De qualquer modo, a empresa liderada por José Neves salientou em comunicado que a Farfetch superou o guidance para o terceiro trimestre, tanto no volume de negócios da Plataforma Digital, como na margem do EBITDA ajustado.
José Neves referiu no comunicado que está “muito satisfeito com o progresso contínuo na construção da plataforma global de luxo”, adiantando que a empresa teve “um terceiro trimestre fantástico, no qual bateu todas as expectativas e a continuar a capturar quota de mercado a passo rápido”.
A empresa entrou na bolsa em Nova Iorque a 21 de setembro de 2018 a um preço de 20 dólares por ação; foi alvo de uma rápida valorização nos primeiros dias, o que colocou o papel acima dos 30 dólares – mas acabou por não resistir às más notícias: depois de ter perdido quase 50% do seu valor quando anunciou os resultados do segundo semestre, está agora em valores próximos dos 7,48 dólares (cotação desta manhã), o que incorpora um desconto de mais de 62% face ao preço de entrada em Wall Street.