29 novembro 18
Reportagem

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Portugal e Galiza são complementares na ITV

O norte de Portugal e a Galiza juntaram forças para se tornarem num ‘case study’ do setor têxtil, uma realidade que é destacada pelo canal Euronews em reportagem especial. Apesar da fronteira entre si, a ITV nacional é o maior fornecedor de marcas espanholas mundialmente conhecidas e o intercâmbio entre os dois lados da linha imaginária criou um poderoso ‘cluster’ com todos os ingredientes para ser um caso de sucesso.

“Portugal tem sido uma das vantagens competitivas da Galiza e acredito que a Galiza tem sido também uma vantagem para Portugal, que se têm complementado. Temos caminhado em paralelo, especializando-se cada um de nós no que podemos fazer melhor”, realçou Alberto Rocha (na foto), secretário-geral da Cointega, Confederación de Industrias Textiles de Galicia, à Euronews.

“A Espanha optou ao longo dos últimos anos, décadas, por desenvolver modelos de negócio neste setor completamente diferentes, muito assentes nas marcas, no retalho, em modelos de negócio de grande valor. Portugal não seguiu esse caminho. Insistiu naquilo que era uma tradição e um know how que já vinha acumulando e aprimorou-o. Investiu muito naquilo que era a investigação e inovação tecnológica e isso foi extremamente interessante, porque criou uma complementaridade entre os dois países”, disse Paulo Vaz, diretor-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), em declarações àquele órgão de informação.

“Até agora, a nossa relação tem sempre avançado nos níveis de complementaridade e estou convencido que neste momento há um ponto de inflexão em que já há níveis de competição. Em Portugal, muitas empresas, que já atingiram um certo nível de massa crítica e o fizeram muito bem, estão a desenvolver atividades que os clientes costumavam fazer aqui, pelo que vai ser um incentivo também para todos. Vamos encontrar-nos possivelmente com uma nova realidade dentro de poucos anos”, disse ainda Alberto Rocha.

A ITV portuguesa precisa neste momento de pelo menos seis mil trabalhadores, que tem dificuldades em arranjar. A Associação Têxtil e Vestuário de Portugal considera que abrir as portas aos imigrantes é uma das soluções para o problema que está a impedir um maior crescimento do setor.

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