6 Outubro
Inovação

Jorge Fiel

Peúgas inteligentes são a Mona Lisa da Fiorima

As intelligent socks são a Mona Lisa da oferta de peúgas fabricadas pela Fiorima, em Braga, ou seja a obra prima desta empresa que exporta 99,5% da sua produção. Internacionalmente patenteadas, as peúgas inteligentes incorporam sensores que recolhem e comunicam, em tempo real, informações tão diversas como o peso, temperatura do corpo e a frequência cardíaca, a localização geográfica com o tracking do percurso, bem como todas as funções de fitness, como a velocidade média e instantânea, a distância que já percorreu, as calorias que queimou, etc, etc, etc.

São tanto os dados pessoais recolhidos pelas peúgas com informação digital da Fiorima, que se elas já existissem no tempo do Leonardo da Vinci e tivessem sido usadas pela Gioconda, hoje em dia não haveria qualquer mistério a rodear a identidade da modelo do quadro mais famosos do mundo.

Estar sempre um passo à frente dos concorrentes, integrando tecnologias diferentes num produto tradicional, é o segredo do sucesso desta empresa que desde 1985 se dedica à fabrico de acessórios de moda com peúgas muito técnicas, e fechou 2014 com um volume de negócios de 7,5 milhões de euros.

Todos os anos apresenta 600 pares diferentes de produtos, em quatro coleções, a um clube restrito de clientela os clientes, onde avultam as grandes marcas internacionais de artigos de moda e técnico-desportivos.

“Não temos marcas próprias porque não queremos concorrer com os nossos clientes”, esclarece Paulo Rodrigues, 51 anos, Diretor Industrial da Fiorima, um engenheiro têxtil que em 1990, mal acabou o curso na Universidade do Minho, “no tempo em que havia mais propostas de emprego do que candidatos”, foi trabalhar para a Orfama, onde se demorou 18 anos e foi Diretor Geral. Só depois, aceitou o desafio do pai, para se mudar para empresa da família com o objetivo de, com o irmão José Manuel, a levar o mais longe possível, mas de forma sustentável.

No âmbito da estratégia de estar sempre one step ahead da concorrência, na Salt Lake City Outdoor Retail , a Fiorima deixou os compradores americanos entusiasmados com umas peúgas com tecnologia LED integrada, que dão uma enorme visibilidade – e daí segurança – a quem as usa para fazer running convivendo com o trânsito automóvel.

Em Munique, na ISPO surpreendeu os visitantes e despertou a cobiça das marcas com as gaiter socks, umas peúgas polaina que evitam a entrada de lama, água, terra, areia, folhas etc para o interior das sapatilhas, e especialmente concebidas para atletas de trail e running.

“A uma feira com estas temos de trazer produtos diferenciados, que ainda ninguém fez”, explica Paulo Rodrigues, um apóstolo da formação continua e da inovação que, diz, “só existe quando se amplia a fronteira do conhecimento”. E no caso do Diretor Industrial da Fiorima o que ele diz, rima com o que faz – e fá-lo parecer um homem da Renascença, como Leonardo .

Não satisfeito com a formação de base em Engenharia Têxtil, Paulo fez uma pós graduação em Gestão de Unidade de Saúde, um doutoramento em Engenharia para a Saúde e ainda arranja tempo para frequentar o 3º ano do curso de Biomédicas da Universidade do Minho.

O particular interesse que lhe merece a área da Saúde explica a oferta alargada de peúgas medicalizadas da Fiorima, que garantem, durante 50 lavagens, propriedades tão diversas como eliminar bactérias, repelir mosquitos, prevenir o pé de atleta e frieiras, e melhorar a circulação no pé dos diabéticos.

“Temos todas as certificações – de ambiente, segurança, qualidade. eficiência energética, etc – e somos uma das empresas mais modernas do mundo não só porque estamos sempre a investir equipamentos mais atualizados, mas também porque usamos as mais avançadas tecnologias no domínio de toda a logística da cadeia de valor”, conclui Paulo Rodrigues, orgulhoso do nível de robotização da fábrica de Frossos, Braga.

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