15 Março 2018
CITEVE

Raposo Antunes

Penedo e Sedacor já têm máquina para o fio de cortiça

A Têxteis Penedo e a Sedacor encomendaram uma máquina para a produção industrial de fio com elevada incorporação de cortiça. Foi assim dado mais um passo numa parceria entre estas duas empresas que poderá traduzir-se na instalação de uma nova unidade industrial a criar por estes dois parceiros ou então um modelo de negócio assente em dois pólos industriais, um na Sedacor (grupo ligado à cortiça) e outro na Penedo (área têxtil).

“A parceria entre a Têxteis Penedo e a Sedacor é um dado adquirido. Resta resolver a questão da operacionalização do negócio”, afirmou esta quarta-feira Agostinho Afonso, administrador da Penedo, na apresentação do projecto Cork.a.Tex.Yarn que decorreu no Citeve, em Famalicão.

Independentemente do modelo de negócio que venha a ser seguido pelas duas empresas, certo é que no início do próximo ano tudo deverá ficar definido, levando a bom porto a produção industrial do fio feito com algodão e desperdícios de cortiça, ou seja, reunindo duas das indústrias mais tradicionais do país – a da cortiça (da qual somos o maior produtor mundial) e a têxtil.

“A máquina que foi encomendada permite fazer 80 metros de fio por minuto e 200 fios em simultâneo”, revelou Agostinho Afonso na sessão realizada no Citeve, que, juntamente com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, foram parceiros destas duas empresas durante o processo de desenvolvimento do fio com elevada incorporação de cortiça.

Iniciado em 1 de Outubro de 2016, o projecto Cork.a.Tex.Yarn tem a sua conclusão calendarizada para o última dia deste mês. Esta quarta-feira Graça Bonifácio, do Citeve, apresentou o projecto e a evolução que este teve ao longo deste ano e meio. A sessão contou com a presença de sete dezenas de pessoas, entre as quais investigadores e representantes de mais de uma dezena de empresas e marcas internacionais.

Pelas questões que os responsáveis das empresas colocaram quando visitaram a Linha Piloto, cuja apresentação coube a José Morgado, director do Departamento de Engenharia e Tecnologia do CITEVE (em primeiro plano, na foto), que foi desenvolvida por esta instituição para fazer o chamado fio de cortiça, tornou-se evidente o interesse  neste novo material, dadas as suas potencialidades ambientais, mas não só.

Os fios que foram feitos no Citeve para se proceder à industrialização deste produto continham em média cerca de 20% de cortiça e 80% de algodão, de acordo com Graça Bonifácio. Para a validação em ambiente industrial, foram feitos tecidos na Têxteis Penedo, a partir dos quais se produziram cortinas, almofadas e edredões que, de resto, já estiveram expostos no último Modtissimo do aeroporto, já que estes artigos foram seleccionados para os iTechStyle Awards de 2018. E que esta quarta-feira todos os participantes tiveram a oportunidade de ver no Citeve.

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