20 abril 20
Equipamentos de Proteção

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O têxtil no centro das decisões do estado de emergência

A rápida iniciativa, a capacidade e disponibilidade da indústria têxtil para produzir Equipamentos de Proteção Individual (EPI) foram decisivas para a eficácia do plano de contenção e medidas do estado de emergência. Assim o comprovam as actas das reuniões da Estrutura de Monotorização criada pelo Governo.

O maior problema era a escassez de material de protecção e os obstáculos e dificuldades à rápida importação da Ásia. Foram várias as entidades que logo o destacaram na primeira reunião, no dia 22 de março, da Estrutura de Monitorização do Estado de Emergência montada pelas autoridades. Nessa altura já a ITV tinha metido pés a caminho.

As actas dessas reuniões, reveladas este fim-de-semana pelo jornal Observador, disso dão conta de forma eloquente. Dos preços especulativos, às dificuldades de garantir fornecimento atempado, até às autorizações para sobrevoar o espaço aéreo da Rússia, a carência de EPI era o problema central para pôr em andamento o plano de contenção.

Nessa primeira reunião, no entanto, já o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, podia sossegar os interlocutores, anunciando ter sido informado pelo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, da possibilidade de “reorientar exportações para o mercado nacional” e de uma “reconversão da indústria têxtil”, a garantir maiores disponibilidades internas e escusando assim o Estado de comprar tanto material ao estrangeiro.

Por essa altura já as empresas estavam a apoiar hospitais e outras instituições, mostrando a sua conhecida capacidade de iniciativa e adaptação. Por outro lado, logo no início da crise, a 2 de março, já o vice-presidente da ATP Miguel Pedrosa Rodrigues tinha estado numa reunião com o ministro Siza Viera com vista a preparar medidas de combate e contenção.

A meio do mês, a ATP anunciava estar “a trabalhar com o CITEVE para dar resposta à solicitação da Direção-Geral de Saúde em termos de fornecimento de equipamento têxtil hospitalar” e pedia às “empresas que tiverem experiência, disponibilidade e possam colaborar” para o comunicarem.

Foi em coordenação com os ministérios da Economia e da Saúde que o CITEVE avançou para a rápida validação de matérias-primas e processos de fabrico, a par do necessário processo de certificação.

Ainda antes do final do mês (dia 27 de março), o primeiro-ministro António Costa, acompanhado pelos ministros da Economia, Pedro Siza Vieira, e da Ciência, Manuel Heitor, estiveram no CITEVE (foto), onde se inteiraram de todos os processos e capacidade da nossa ITV para a produção de equipamentos têxteis de protecção individual para fazer face às carências no sector da saúde. O país deixava de estar dependente das importações da Ásia e o plano de contenção e combate ao vírus podia avançar sem risco de sobressaltos.

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