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Veterano que há 40 anos acompanha a indústria têxtil, nos melhores mas também nos menos bons momentos, Nelson de Souza, secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, passou esta manhã em Paris a visitar stands de empresas portuguesas presentes da Première Vision (PV) e não escondeu a satisfação com o que viu.
“Ontem à noite estive a ver o catálogo com atenção e verifiquei com agrado que cerca de metade das empresas são do tempo em que eu comecei a acompanhar a indústria. É um bom sinal. Ficaria preocupado se fossem todas novas ou se fossem todas antigas”, contou o secretário de Estado em conversa no stand da Texser.
A Texser está a comemorar o seu 85º aniversário e é um exemplo das empresas que resistiram a todas as tempestades e lograram adaptar-se a todas as mudanças, chegando ao século XXI com saúde para dar e vender.
A saudável mistura entre empresas com memória e sangue novo, testemunhada pela amostra de mais de 60 expositores portuguesas que estão na PV Paris, é um sinal inequívoco da vitalidade de uma indústria que ara se manter competitiva soube combinar memória e tradição com inovação e modernidade.
Nelson de Souza começou no Fórum de Tendências From Portugal uma caminhada matinal de mais de quatro quilómetros pelos hall 5 e 6 da PV, em que foi ciceroneado pelo presidente da ATP, Paulo Melo, e fez questão de ouvir e ver – mais do que falar.
Na Tintex, um luminoso exemplo da transfusão de sangue novo que a nossa ITV tem recebido, o secretário de Estado ficou maravilhado com o mupi digital que a empresa de Cerveira desenvolveu em conjunto com a também portuguesa Brave Particle, em que todas as novidades da sua coleção estão ao alcance de um toque, num catálogo intuitivo e interactivo.
Na home do catálogo da Tintex, está a fotografia de todos os seus trabalhadores a bordo do barco em que fizeram um cruzeiro pelo Douro no dia em que a empresa fez 20 anos.
O secretário de Estado apreciou saber que duas amostras da Tintex tinham sido escolhidas para a seleção final dos PV Awards e examinou com atenção o prémio (foto em baixo), uma estatueta prateada tipo Oscar de Hollywood, atribuída pela italiana Tuscan Ethical Fashion com que a Tintex foi distinguida como o expositor da PV com melhor comportamento ético e comprometimento com a causa da sustentabilidade.
Antes de visitar a sub-21 Tintex, Nelson de Souza visitou pesos pesados históricos da nossa ITV, como a TMG Textiles e a Somelos.
Na TMG Textiles, o secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, ouviu da boca de Rita Ribeiro como esta empresa histórica foi alterando o seu foco do negócio de camisaria para o vestuário exterior e se verticalizou, ao adquirir a empresa de confecções Delcon (no entretanto rebatizadada MG Lab), que fazia parte do grupo Ricon.
“Tudo o que está aqui foi confeccionado por nós”, afirmou a business manager da TMG Textiles, antes de explicar ao secretário de Estado a mudança na cultura e mentalidade da indústria que está a ser decisiva para o seu sucesso.
“Já não somos mais um negócio fechado, habituamo-nos a cooperar, a ter parcerias com as outras empresas. Nós, na TMG Textiles, colocamos máquinas nalguns dos nossos fornecedores. Trabalhamos em estreita coloração com cerca de 25 empresas portuguesas”, concluiu Rita.
Uma das parecerias da TMG Textiles, nas áreas da fiação e acabamentos, é com a Somelos, a empresa de Paulo Melo, que na sua qualidade de presidente da ATP recebeu Nelson Souza e acompanhou-o na visita, dando-lhe um exemplo curioso de como a nossa ITV soube ser darwiniana na adaptação à mudança: “Dantes o ouro era a fiação, a prata a tecelagem e o bronze os acabamentos. Agora é ao contrário”
