29 Janeiro 2018
ISPO

T

Na têxtil, Caldeira está como Deus entre os anjos

Há duas semanas, Manuel Caldeira Cabral esteve com os têxteis lar, na Heimtextil, em Frankfurt. Ontem (28 Fevereiro) passou o dia em Munique, a testemunhar, na ISPO, as maravilhas de que a ITV portuguesa é capaz no domínio dos têxteis técnicos, evidenciadas pelo facto de ter arrebatado mais de um terço dos prémios (37,5% para ser exato) Best Product atribuídos pela feira alemã onde se exibe o que de mais avançado e melhor se faz no mundo em moda, materiais e acessórios para desporto.

“Verifiquei que as empresas portuguesas não se limitam a trabalhar para as melhores marcas do mundo como também estão a criar as suas próprias marcas, aproveitando o grande reconhecimento que a marca Portugal tem também nesta área dos têxteis técnicos e funcionais”, afirmou o ministro, que ser estreou na ISPO a convite da ATP.

O tom foi dado logo na Fiorima, o primeiro dos 44 stands portugueses (uma participação recorde na ISPO), que o ministro visitou, ficando a saber que esta empresa de Braga tem duas patentes mundiais e é a única do mundo que consegue fabricar meias com desenhos no calcanhar e biqueira.

Daí em diante Caldeira Cabral nunca mais parou de se espantar e admirar com o que viu e ouviu, não só da boca dos expositores portugueses, mas também dos seus clientes, com que conversou, sempre (o que aconteceu amiúde…) que a sua chegada a um stand interrompia uma reunião com clientes.

Mais adiante, apreciou alguns produtos feitos com materiais tipicamente portugueses – como um casaco em cortiça e sacos em burel – expostos no stand da Berg, onde ficou a saber, da boca de Miguel Tolentino, que toda a oferta têxtil da marca do grupo Sonae é 100% feita em Portugal.

Demonstrando um crescente à vontade, o ministro não se eximiu a participar no concurso que a Berg promove, anunciado por um enorme mapa mundo com bandeiras coloridas espetadas um pouco por toda a parte, que domina uma das paredes do stand. Para concorrer, basta escrever o nome e contacto numa bandeira e espetá-la no país que gostaríamos de visitar – sendo que o vencedor concretizará esse sonho de borla.

“Escolhi o melhor destino turístico do mundo”, explicou Caldeira Cabral após ter espetado a sua bandeira em Portugal (algures no Alentejo, para ser mais preciso), acrescentando com algum humor que essa atitude patriótica lhe poupará embaraços no caso de ser o vencedor do concurso, pois como membro do Governo está proibido de aceitar ofertas de valor superior a 150 euros.

Esse teto não foi furado quando aceitou o pequeno galo de Barcelos que António Falcão lhe ofereceu – a ele e a João Gomes, o nosso embaixador em Berlim, que logo garantiu que ia colocar aquela peça de barro na sua secretária, ao lado de uma outra com a imagem da chanceler Angela Merkel, fabricada nas Caldas da Rainha pela Bordalo Pinheiro (gupo Visabeira).

De stand em stand, foi com gosto evidente que o ministro se foi deixando surpreender e entusiasmar com as boas notícias e novidades que as empresas portuguesas trouxeram a Munique – a marca de moda funcional (Bravian) que a Latino está lançar; o tecido com fio cerâmico da LMA que reduz o ácido lácteo nos músculos permitindo a quem o usa correr mais tempo; o antiderrapante em cortiça inventado por Ruben Verdadeiro, da ecoPro, que foi um dos finalistas do ISPO Brandnew; etc, etc, etc.

Neste domingo em Munique, foi óbvio que o ministro da Economia se sente como Deus entre os anjos no meio têxtil, e que as suas visitas às feiras têxteis são uma estrada com dois sentidos. Em troca das palavras de elogio (“os meus parabéns”) e encorajamento (“muita força, boa feira”), recebe um fantástica injecção de entusiasmo e adrenalina. Quando hoje se voltou a sentar no seu gabinete na Horta Seca, em Lisboa, acredita mais no futuro da nossa economia do que antes de ter voado no sábado para a Alemanha.

Partilhar