24 janeiro 19
Competitividade

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MoreTextile vai pagar este ano mais 800 mil euros em energia

A fatura da energia da MoreTextile este ano vai aumentar em 800 mil euros, um crescimento de 12% sobre o ano passado, o que preocupa Artur Soutinho, o CEO do maior grupo português de têxteis lar, que emprega mil pessoas e fechou 2018 com um volume de negócios de 78 milhões de euros (crescimento de 7%), dos quais mais de 90% exportados.

“Portugal parece não gostar da indústria. É muito difícil mantermo-nos competitivos, quando a conta da energia aumenta 12% e a folha salarial se agravou em um milhão de euros nos últimos três anos na sequência dos aumentos do salário mínimo”, explica Soutinho.

O lider da MoreTextile também critica asperamente o facto de o acesso a fundos comunitários de apoio à participação em feiras ter sido restringido às PME no Portugal 2020, o que não acontecia no QREN. “Mudem a definição de PME”, sugere.    

Apesar de 2018 ter sido melhor que 2017, o CEO da MoreTextile diz que foi um ano difícil, em que os grandes clientes (como a Zara Home) fizeram a diferença, uma vez que o fator preço levou muitos pequenos e médios clientes a optarem por fazer seu sourcing na Turquia, que tem ido buscar um extra de competitividade às desvalorizações sucessivas da lira.

“Houve um cliente que me disse abertamente: Eu preferia fazer o negócio contigo mas a Turquia está 30% mais barata”, conta Artur Soutinho, que olha com alguma inquietação para a atual conjuntura internacional.        

“2019 vai ser o ano de grandes, mas mesmo grandes desafios. O Brexit está a afetar as vendas de uma forma muito drástica, e não só no Reino Unido onde há lojas a fechar e tivemos de enfrentar a insolvência de dois clientes. Em França há uma grande instabilidade. A Alemanha está abrandar. Não espanta que nesta conjuntura haja um retração no consumo, os clientes não queiram ter stocks e adiem as encomendas”, diz o CEO do grupo MoreTextiles.

Para manter a cabeça fora de água com este clima adverso, o grupo de têxtil lar está a apostar na exploração de novos mercados e tirar o máximo partido das suas vantagens competitivas, como, por exemplo, a localização próxima dos clientes que permite prestar serviços mais rapidamente.

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