9 Janeiro 2018
Heimtextil

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Ministro contagiado pelo otimismo da Heimtextil

Primeira grande feira do ano, a Heimtextil funciona como uma espécie de sismógrafo que permite avaliar com bastante rigor como vão correr os negócios nos 12 meses seguintes.  Se este indicador avançado não nos enganar, 2018 vai ser ainda melhor que 2017 –  o ano em que mais uma vez a nossa ITV bateu o recorde absoluto da exportações.

O ministro da Economia, que se encontra a meio de uma caminhada de 10 quilómetros pelos pavilhões 11 e 9 da Messe Frankfurt – animado pela missão de visitar os 83 expositores portugueses presentes na mais importante feira do mundo de têxteis lar – vai regressar, ao fim do dia,  a Lisboa, otimista e contagiado por um entusiasmo transbordante.

“As perspectivas para 2018 são muito animadoras. Tudo leva a crer que entramos no novo ano com o pé direito. Ouvi muito boas notícias sobre o crescimento não só das encomendas mas também em mercados extra-comunitários, como o Canadá, Japão ou a Coreia do Sul”, afirmou Manuel Caldeira Cabral, que ontem à noite jantou com empresários a convite da ATP.

“A Itália é o nosso melhor mercado. Estamos a crescer na casa do inimigo”, gracejou Simão Pedro (na foto com o ministro), ao receber Manuel Caldeira Cabral no stand da Sampedro, a mais antiga empresa de têxteis lar em atividade, que está a tirar partido da desindustrialização e deslocalização que afeta a ITV italiana, e leva antigos concorrentes, com redes de distribuição, a tornarem-se seus clientes.

E as estatísticas estão aí que não deixam mentir: a Itália foi o país para onde mais cresceram percentualmente (43%!) as nossas exportações de têxteis lar de 2015 para 2016, subindo de 22 milhões para 31 milhões de euros.

Os Estados Unidos, apesar da instabilidade gerada a partir da Casa Branca, são outro mercado onde as coisas estão correr bem. Nos dez primeiros meses de 2017, foi o destino que mais cresceu (10%, ou seja 9,5 milhões de euros) face ao mesmo período de 2017.

“Fazemos 50% das nossas vendas nos EUA. E a Lameirinho é responsável por cerca de metade das exportações portuguesas de roupa de cama para o mercado norte-americano”, confidenciou Albano Coelho Lima, números que soaram como musica aos ouvidos do ministro, que viveu um ano em Washington.

“Os norte-americanos gostam de comprar qualidade e pagam bem”, respondeu Caldeira Cabral, que à tarde visita os stands das empresas portuguesas no Pavilhão 9, depois do almoço com a direcão da Messe Frankfurt.

“A industria têxtil portuguesa está de parabéns por ter sabido dar a volta, ajustar-se às novas condições de mercado subindo na cadeia e apostando na inovação. E a ATP também está de parabéns pelo que tem feito pelo setor”, disse o ministro durante a cerimónia de apresentação do livro de prestígio “Singularitas” (dedicado ao têxtil lar, publicado no âmbito do projeto Fashion From Portugal) realizada antes do almoço no espaço de tendências da Selectiva Moda.

É terceira vez que Manuel Caldeira Cabral visita os expositores portugueses na Heimtextil (ou seja não falhou uma desde que é ministro) e a primeira em que fez questão de sublinhar que está junto aos empresários têxteis em representação do primeiro ministro.

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