21 maio 19
Têxteis Técnicos

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MCS investe três milhões em fábrica e reutilização de água

A MCS Muns Py está a preparar um investimento de três milhões de euros na construção de uma nova fábrica em Valongo –  a implantar num terreno contíguo ao de uma das suas duas unidades industriais (a outra é em Gaia) -, que contempla um projecto de reaproveitamento de 85% a 90% dos 100 mil litros de água/dia consumidos pela sua secção de tinturaria.   

“Vamos otimizar processos, reduzir custos, preparando-nos para continuarmos a ser mais competitivos nos tempos mais difíceis que se avizinham”, explica Vítor Castro, CEO e fundador da MCS, acrescentando que a nova fábrica estará em operação o mais tardar na segunda metade de 2021.

Localizada nas imediações do El Corte Inglès, a fábrica de Gaia, que pertencia à Miguel Muns Py (empresa centenária adquirida há quatro anos pela MCS) vai ser desativada no âmbito deste processo de concentração industrial e racionalização. 

Com 84 trabalhadores, a MCS Muns Py tem na indústria automóvel o seu principal cliente, que absorve cerca de 35% das suas vendas anuais, superiores a cinco milhões de euros. VW, Volvo, Daimler, Renault e BMW são os destinatários finais dos acessórios, designadamente componentes para cintos de segurança, produzidos por esta empresa de soluções têxteis, que tem 10 mil m2 de área produtiva .

“A nossa capacidade produtiva é muito versátil. Trabalhamos em função das necessidades dos clientes. Somos especialistas em soluções tailor-made”, afirma o CEO desta empresa que também fabrica fitas e passamanarias para a indústria de calçado e de puericultura (designadamente para cadeiras de bebé) – e está a estudar a possibilidade de começar a fazer novos produtos, como, por exemplo, todo o cinto de segurança.

Criada há 15 anos pela família Castro, até aí concentrada no setor de curtumes, a MCS começou por ser apenas trading, mas não demoraram a perceber que para poderem satisfazer os seus clientes, tinham de investir a montante a a jusante, integrando os processo industriais. “Os fornecedores com que trabalhávamos tinham falta de foco e de qualidade”, recorda Vítor Castro.

O nascimento da MCS é filho da identificação, pelos irmãos Castro, de uma lacuna no mercado, da inexistência de uma empresa de passamanarias que agregasse toda a oferta de soluções para fornecer a indústria automóvel.

O crescimento fez-se pela via orgânica, mas também por uma política muito agressiva de aquisições – uma fábrica de cordões na Maia, uma empresa de passamanarias em Sintra, outra de fechos de correr em Lisboa, e finalmente, há quatro anos a Miguel Muns Py, em Gaia. A nova fábrica em Valongo será o fecho da abóbada. “Vai ser muito superior à soma das duas atuais”, garante Vítor Castro.     

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