14 agosto 17
Moda

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Marca própria é o próximo passo da TMR Clothing

O lançamento de uma marca própria é o próximo passo da TMR Clothing, a empresa de confecções de Azurém, Guimarães, fundada e liderada por Margarida Máximo, que faz um volume de negócios de um milhão de euros, totalmente destinado à exportação, trabalhando em regime de private label e tendo como principais clientes marcas de moda holandesas e alemãs.   

“Não vendemos para agentes. Falamos diretamente com os clientes, o que facilita a resposta na hora. Somos parceiros deles”, explica Margarida, que começou a trabalhar numa fábrica têxtil com 14 anos  – e após uma estadia de dois anos em Londres, como au pair (que lhe permitiu ficar fluente em inglês), demorou-se uma dúzia de anos num agente têxtil antes de, em 1998, se abalançar a criar a sua própria empresa.

Sacudida por uma violenta crise, que quase a matou, quando no verão de 2009 o agente que ficava com toda a sua produção resolveu passar a comprar no Oriente, a TMR reorientou a estratégia para o segmento médio/alto do mercado, onde há menos  concorrência e a qualidade compensa.

“Não podemos concorrer no preço com países onde se trabalha 14/15 horas por dia, sábados incluídos”, afirma Margarida, que optou por subir na cadeia de valor: “O segredo do sucesso está em acrescentar. Não estamos vocacionados para grandes quantidades, mas para a qualidade. O corte automático dá-nos a flexibilidade necessária para satisfazer encomendas mais pequenas”.

Desde o annus horribilis de 2010, que atravessou sem encomendas, sobrevivendo apenas à custa de  trabalho a feitio para outras fábricas, a TMR Clothing não tem parado de apostar na sofisticação da sua oferta de private label.

“Não estamos dependurados nas coleções dos nossos clientes. Alimentamo-los com o nosso design. Propomos-lhes seis coleções/ano. Não somos só uma empresa de confeção. Prestamos serviços”, revela a CEO da TMR Clothing.

A ideia é não parar de subir na cadeia de valor e a criação de uma marca própria é o próximo passo nesse caminho –  passo que já está a ser ensaiado e testado no calçado, onde a TMR lançou há um ano uma linha de sapatos com a marca Van Rohe.

“A têxtil é uma indústria muito bonita, que nos obriga a estar sempre muito atentos para satisfazer as necessidades dos clientes num mercado em permanente mutação e evolução”, conclui Margarida Máximo, que apenas se queixa da pressão sobre os preços (“Os clientes estão a voltar da Ásia muito mais exigentes em matéria de preço) e da falta de costureiras (“Não há costureiras. Quando há uma livre, quase vai a leilão”).

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