19 Junho 2017
Têxteis-lar

Jorge Fiel

Lumatex muda para casa maior mas ser grande não é o objetivo

A Lumatex está a investir dois milhões de euros na construção de uma nova fábrica, em Guimarães, mais do que duas vezes maior que a atual (passa de 2 500 m2 para seis mil m2) mas o objetivo é, para já, aumentar apenas em 20% a sua capacidade produtiva.

“Queremos ser rentáveis. Ser grandes não é um objetivo. Como costumava dizer o meu avô, grande é o Marão, que não dá palha, nem pão”, explica António Leite, administrador desta têxtil-lar especializada no fabrico de colchas mas que também produz cortinas e almofadas.

A sustentabilidade futura da empresa é uma preocupação permanente da Lumatex, que emprega 22 pessoas e fechou 2016 com um volume de negócios de 3,8 milhões de euros, 95% dos quais feitos na exportação.

Os Estados Unidos são o principal mercado da Lumatex, onde estão presentes nas grandes cadeias armazenistas (Macy’s, Bloomingdale’s, etc) e, apesar da retórica protecionista de Trump, as suas vendas continuam a crescer – mas não pesam mais do que 30% da faturação da empresa.

“O nosso princípio é evitar a todo o custo o excesso de exposição a um mercado. É por isso que estamos apostados em crescer na Ásia”, diz António Leite, que na semana passada esteve na Interior Lifestyle Tokyo (na foto).

Não foi a primeira presença da Lumatex na maior feira japonesa de interiores e artigos de decoração. Há cinco anos já tinha estado em Tóquio e arranjado um agente. Mas os clientes eram pequenos e a primeira ofensiva neste mercado acabou por não revelar grandes resultados.

Estimulado pela visita de clientes japoneses ao seu stand na última Heimtextil, a Lumatex voltou a Tóquio, para uma participação que “correu bem melhor que as expectativas”. “O Japão é um mercado que exige paciência e persistência. Os clientes visitam-nos, dizem sim, sim, gosto, gosto, mas demora o seu tempo a mastigar a coisa”, conta o administrador da Lumatex, que no entanto regressou otimista do Japão.

“Tivemos muitos contactos, não só com potenciais clientes japoneses, como também da  Coreia do Sul e Austrália. Tudo que vier à rede é positivo. Portugal está na moda. Temos de aproveitar a onda. São os próprios clientes que já nos põem num patamar acima do dos italianos – que é realmente o nosso. Há anos que somos melhores que eles em qualidade e design. Agora essa superioridade é reconhecida também em termos de imagem”, conclui António Leite.

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