28 junho 19
Exportação

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Lipaco quer evitar chegar tarde aos Estados Unidos

Os Estados Unidos estão debaixo do olho da Lipaco, sendo um dos mercados com que a empresa de Esposende conta para aumentar rapidamente de 40% para 50% o peso das exportações diretas no seu volume de negócios, que em 2018 rondou os 2,6 milhões de euros.    

Nascida há 32 anos, a Lipaco começou por fabricar apenas linhas de costura, que vendia exclusivamente no mercado interno, mas foi obrigada a mudar de estratégia para conseguir sobreviver ao impacto dos violentos solavancos que afetaram a nossa ITV na primeira dúzia de anos deste século, provocados pela adesão da China à OMC e pela crise das dividas soberanas e consequente intervenção da Troika em Portugal.

Com o mercado interno anémico, a empresa teve de se virar para a exportação e investir no alargamento da sua carteira de produtos, onde passaram a constar os fios, ao lado das linhas de costura.

“Devido à proximidade e ao facto de valorizar os produtos mais técnicos, a União Europeia é o nosso principal mercado externo, seguida do Norte de África, porque muitos dos nossos clientes tradicionais fazem lá a confecção. Mas estamos também muito atentos à Rússia e em especial aos Estados Unidos, um país enorme onde a indústria têxtil está a crescer muito – e nós queremos evitar chegar tarde a um mercado tão grande”, afirma Jorge Pereira, CEO e fundador da Lipaco.

As feiras foram e são o meio privilegiado por Jorge Pereira quando se trata de exportar. “Se numa feira conseguimos dois ou três clientes bons já valeu a pena. Mas muitas vezes não vendemos nada numa feira e o retorno aparece anos depois. É preciso ter a paciência de semear hoje para colher mais tarde. Temos muitos clientes que aproveitam as feiras para nos visitar e reunir connosco. E não há viagem que eu faça em que não encontre alguém conhecido, no aeroporto, na feira ou na cidade”, explica o CEO da Lipaco, que profissionalmente ou em lazer, já visitou 42 países diferentes.

O mercado externo é a aposta para a empresa de Esposende continuar a crescer e cumprir o objectivo de duplicar a facturação até 2022, fixado na sequência de um investimento de 1,8 milhões de euros, que concluirá no próximo mês de julho.

“2019 é um ano de surpresas. No primeiro trimestre estivemos em linha com o mesmo período do ano passado. Apesar da instabilidade reinante, temos a expectativa de chegarmos ao fim do ano a crescer”, conclui Jorge Pereira, líder de uma empresa que emprega 55 trabalhadores. 

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