09 janeiro 20
Têxteis lar

T

Lameirinho mais rentável e reduz pegada ecológica

O projeto Ecolam de economia circular, que está a ser posto em marcha e foi apresentado esta semana na Heimtextil, é a prova dos nove do compromisso da Lameirinho com práticas que lhe permitam reduzir a pegada ecológica. Sustentabilidade e rentabilidade são as palavras chave da atual estratégia da têxtil lar da família Coelho Lima.

Após um ano de aturada preparação (“Queríamos estar bem seguros do caminho a seguir”, explica Tânia Lima, responsável pelo Marketing da Lameirinho), o projeto Ecolam ficou pronto a ser apresentado ao mundo em Frankfurt, onde a empresa está a exibir uma cama completa produzida com matéria prima feita a partir do seu desperdício industrial.

“Nesta fase estamos a avaliar a receptividade dos clientes. Fizemos pré-apresentações em França e no mercado americano, onde um cliente manifestou logo muito interesse neste nosso novo conceito. Estamos muito confiantes porque a procura de produtos sustentáveis não tem cessado de aumentar”, conta Tânia Lima, acrescentando que toda a investigação e desenvolvimento do Ecolam foi feita internamente.

Neste arranque do projeto, a Lameirinho está a trabalhar apenas o desperdício de algodão, que reconverte em flanela com um fio mais grosso que o habitual –  que deu fama às suas flanelas nos Estados Unidos.

Num inquérito anual junto dos consumidores finais norte-americanos, as flanelas da LL Bean, feitas pela Lameirinho, têm vindo a ser sucessivamente eleitas as melhores da sua categoria à venda nos EUA, tendo apenas sido ultrapassadas, no ano passado, pelas da Pinzon (a marca da Amazon para os têxteis lar) – também elas made in Pevidém pela Lameirinho.

A empresa fechou 2019 com vendas de 53,8 milhões (dos quais 89% em mercados externos), que correspondem a uma descida ligeira face ao volume de negócios de 2018, que foi compensada por um aumento da rentabilidade.

“As expectativas para 2020 apontam para a manutenção do volume de negócios e um novo crescimento na rentabilidade. Não nos interessa fazer produtos de baixa gama. Para nos diferenciarmos, a nossa aposta são os produtos de nível cada vez mais alto, de luxo e hiper-luxo”, precisa Paulo Coelho Lima, administrador da Lameirinho.

Os Estados Unidos são o principal mercado, valendo uma quota de 16,5% dos  89% exportados, seguidos pela França (15%) e Reino Unido (7%) –  o pódio de um total de 35 países onde a Lameirinho vende os seus produtos.

O efectivo da empresa está estável, contando com 713 colaboradores, apesar de se ter refrescado em 2019 com uma renovação geracional proporcionada pela saída, pela passagem à reforma, de muitos trabalhadores que foi compensada pela contratação de novos.

“Neste particular da mudança geracional registámos um fenómeno muito curioso, não só ao nível da produção mas também de outras áreas como a comercial, em que lugares de trabalhadores que se reformaram foram ocupados pelos seus filhos, num processo muito interessante de transição de conhecimentos de pais para filhos”, nota a responsável pelo Marketing da Lameirinho.     

Partilhar