09 abril 21
Indústria

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ITMF: quebras de produção muito aquém do previsto

O volume de negócios global da indústria têxtil caiu 9% em 2020 relativamente ao ano anterior, segundo revela o último estudo estatístico da ITMF (International Textile Manufacturer Federation). Um valor que a federação considera ter ficado muito abaixo da diminuição antecipadamente prevista, que era da ordem dos 33%.

A avaliação havia sido feita “no auge da primeira onda da pandemia, em abril de 2020”, pelo que os números reais acabam por ser bem menos pesados para o sector que o que estava previsto. Mesmo, assim, considera a ITMF, “o ano de 2020 entrará para a história como um dos piores anos para a indústria têxtil e de vestuário globais”.

“Como era de se esperar, toda a cadeia de valor têxtil foi atingida duramente pela pandemia, incluindo a produção de maquinaria têxtil. Praticamente todos segmentos em análise tiveram impactos negativos em diferentes graus em 2020”.

Os dois segmentos que se destacam pela positiva “são os produtores de não-tecidos (variação de 0%) e de fibras (mais 10%). Estes dois segmentos beneficiaram da extraordinária procura de equipamentos de proteção individual durante 2020, o que compensou as perdas noutras áreas, como o segmento automóvel e de vestuário”.

Para 2021 e até 2024, “as expectativas de volume de negócios são positivas. As empresas esperam uma forte recuperação em 2021 e 2022. Para 2023 e 2024 as expectativas de crescimento das empresas são mais fracas.

Por outro lado, a ITMF revela que a capacidade produtiva e o consumo de matérias-primas no sector, principalmente no que tem a ver com a fiação, está a ser alterada no sentido da substituição de tecnologia.

“Estas mudanças são impulsionadas principalmente pela eliminação de máquinas desatualizadas na China [e também noutros mercados produtivos do sueste asiático e da Turquia], com as tendências observadas em outras regiões a permanecerem estáveis”.

Para além da substituição de teares de gerações tecnológicas anteriores, a ITMF deteta também “o consumo total de matéria-prima no setor organizado de produtos básicos estagnou em 2019”, ao mesmo tempo que se verifica que “o consumo de fibras celulósicas aumentou 9% para 5,4 milhões de toneladas e o consumo de fibras sintéticas diminuiu 4% para 14,2 milhões de toneladas”. O consumo de algodão também “estabilizou”.

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