17 Setembro 19
Congresso

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ITMF 2019: Portugal no centro do mundo têxtil e moda

Num artigo que é publicado esta terça-feira no jornal Vida Económica, o diretor geral da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, Paulo Vaz, chama a atenção para a importância decisiva do Congresso ITMF 2019, a maior conferência dedicada à indústria do têxtil e moda, que Portugal tem a sorte de receber já no próximo mês de Outubro.

Aqui fica o texto integral assinado por Paulo Vaz:

TÊXTIL MUNDIAL CONSAGRA PORTUGAL NO ITMF 2019

Num momento em que a indústria de moda, à escala global, está a viver um tempo de mudança profunda, mesmo estrutural, que irá alterar os pressupostos do negócio, da criação ao consumo, passando obviamente pela cadeia de valor produtiva e pela sua promoção e comunicação, Portugal tem a sorte de receber já no próximo mês de Outubro, de 20 a 22, no Hotel Sheraton do Porto, o Congresso ITMF 2019, a maior conferência do género que se realiza no mundo, e que regressa à Europa, depois de largos anos noutras geografias, pela porta de Portugal.

É de louvar, em tudo isto, a capacidade de “lobby”, persistente e assertiva, da “ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal”, que, realizando uma visão estratégica para a indústria que representa, conseguiu assegurar, em menos de uma década, em Portugal, os três mais importantes congressos mundiais da indústria da têxtil, vestuário e moda, recolocando o sector nacional no respetivo mapa global. Na verdade, em 2012, a ATP organizou o Congresso “IAF – International Apparel Federation”,  em 2017 o da “Euratex” (Confederação Europeia do Têxtil e do Vestuário) e, agora, em 2019, fecha o ciclo, com “chave de ouro”, garantindo que a mais relevante e mediática convenção profissional da fileira têxtil, que se realiza desde 1904, regressasse ao nosso país, onde já teve edições em 1969 e 1993, ambas no Porto, tal como a que agora se irá realizar.

“Digitalização e Sustentabilidade: O seu Impacto na Indústria Têxtil Global” será o tema central dos trabalhos, divididos em diversos painéis, onde alguns dos mais importantes especialistas internacionais, partilharão conhecimento e estimularão o debate com cerca de 300 delegados de mais de 40 países que já confirmaram presença, antecipando-se uma conferência plena de informação relevante, nas quais se procurarão as tendências para o negócio que, tal como todos os demais, em tempos de indefinição e incerteza, procura orientação e “guidance”.

O programa social, igualmente impactante pela elegância dos locais e eventos, completa o desenho da Conferência, aproveitando para a reforçar a imagem de Portugal como um “trend setter” no estilo de vida e que, indubitavelmente, valoriza todo o “made in Portugal”, afastando de vez o país do campeonato do preço para o fazer disputar, numa lógica ganhadora, o campeonato do valor.

Quando algumas vozes, pretensamente sábias, que ainda vão tendo audição pela capital, exibem a sua patética ignorância, desconhecendo que no país, mais do que o turismo, existem e prosperam – e, por isso, se admiram tanto no exterior – indústrias tradicionais, mas que se tornaram modernas, inovadoras e até de ponta, como é o caso da Têxtil e Vestuário, a realização destes eventos e a força dos números que apresentam, na geração de valor acrescentado, exportações e emprego, são a melhor resposta, para, mostrando que se faz – e se faz bem – , calar os que nem a falar, perdendo-se na retórica, conseguem dizer algo de jeito.

Para todos os que vivem diariamente as dificuldades e os desafios que a complexidade da Indústria Têxtil e Vestuário, aporta, saber que o ITMF 2019 se realiza em Portugal, consagrando-o como uma das potências da indústria à escala global, depois de esta ter sobrevivido à liberalização do comércio têxtil mundial, à entrada da China na OMC, ao alargamento da Europeia a Leste e à crise económica e financeira global, não deixa de significar um momento alto e de extremo orgulho, a prova de trabalho bem realizado, que, apesar de nem sempre ser reconhecido dentro do país, não deixa de ser apreciado e glorificado fora de portas. Algo afinal bem português, o que nem por isso não deixa de ser tão triste.

Paulo Vaz

 

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