24 Julho 2017
Energia

Jorge Fiel

Isabel Furtado queixa-se e Mira Amaral denuncia lobby chavista

Só 40% da fatura de energia que pago corresponde ao que efetivamente gasto, o resto são taxas e taxinhas – desabafou Isabel Furtado, CEO da TMG Automotive, durante o workshop sobre internacionalização organizado pela ATP, com a colaboração da Magellan, nas instalações do CITEVE.

Nestas conversas, os temas são como as cerejas, puxa-se por um e vem logo outro atrás. Quem fala em internacionalização, fala em competitividade. Quem fala em competitividade, fala em custos de contexto. Quem fala em custos de contexto, fala, inevitavelmente, em custos de energia. E quando se fala em custos de energia, quando está na sala o ex-ministro da Indústria e Energia Mira Amaral, corre-se o sério risco da discussão descambar para esse lado – e se tornar muito interessante e elucidativo.

Não era preciso ser um Einstein para adivinhar que a queixa de Isabel Furtado iria motivar uma intervenção de Mira Amaral, que começou por informar que apesar do consumo de energia no nosso país não ter aumentado nos últimos anos, as receitas das tais taxas e taxinhas, de que falou a CEO da TMG Automotive, “ditas de interesse económico geral”, em muito pouco tempo se multiplicaram por cinco, saltando dos 500 milhões/ano para os 2 500 milhões!

Estas taxas, no entender do ex-ministro, subsidiam os contratos de energia eólica, que em Portugal têm um custo médio 90 euros de megawatt/hora – energia que nos períodos de excesso chega a ser vendida para Espanha abaixo dos 10 euros.

“As torres eólicas são máquinas muito caras. Equipamentos de capital intensivo que no nosso país só funcionam 25% do dia, quando há vento”, denuncia Mira Amaral, que denunciou o facto dos custos energéticos superarem os laborais em muitas empresas, prejudicando seriamente a sua competitividade – e se queixou de que, por exprimir livremente as suas opiniões sobre esta matéria, é alvo recorrente “de ameaças pessoais do lobby chavista/venezuelano da energia”.   

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