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São dois dos principais clientes da ITV nacional, disputam os lugares cimeiros do ranking mundial das vendas e mantém entre si uma guerra surda pela liderança. No ano passado, em Espanha, a Inditex fez mais de 4,4 milhões, mas é o El Corte Inglès que lidera na venda de artigos têxteis. A surpresa surge, no entanto, quando se quer saber qual é o mais rentável.
O El Corte Inglés vendeu em 2017 4.961 milhões de euros em artigos têxteis, mais 3,2% que no ano anterior. É o segmento que traz mais receita ao grupo (31% do total), e cerca de 4.700 milhões são vendidos em Espanha. São 300 milhões a mais que a receita gerada pela Inditex em Espanha durante o ano passado, 4.424 milhões.
A margem bruta – a diferença entre vendas realizadas por um produto e os custos da sua produção, com a exclusão de todos os outros custos – é uma conta cuja análise, feita pelo jornal espanhol Cinco Dias, abre pistas para algumas conclusões interessantes: no final do ano passado, a Inditex tinha uma margem bruta de 56,8%, percentual que se manteve estável no primeiro semestre deste ano, enquanto o El Corte Inglés gerava uma margem de 36,9%.
São quase, quase 20 pontos percentuais a menos, que fazem toda a diferença. Dos 4.961 milhões que entraram nos cofres do El Corte Inglés, o ganho real foi de 1.829 milhões (antes de custos operacionais, resultados financeiros, impostos e amortizações). No caso da Inditex, a margem cresce para os 2.512 milhões de euros.
Em termos de margem bruta, a Inditex apenas é ultrapassada pela Tendam (que responde por marcas como a Cortefiel e a Springfield), que consegue atingir a impressionante margem de 61,2%.
Os restantes grandes grupos do retalho ficam todos abaixo: H&M com 55,4% e Mango com 53,1%. Os 36,9% do El Corte Inglés – que ficam também a dever-se ao facto de o grupo vender marcas de terceiros, pelas quais recebe uma renda – são por isso um alerta para a administração.