29 Novembro 2017
XIX Fórum Têxtil

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Governo promete “baixar de forma consistente” custos de energia

O ministro da Economia reconhece que os custos da energia são um problema de competitividade para a exportações da ITV, mas diz que o Governo “está a trabalhar nisso” e que haverá “um abaixamento mais visível dentro de três a quatro anos”. Manuel Caleira Cabral, que encerrou o XIX Fórum Textil, respondia assim às reiteradas queixas dos empresários mas também à tónica reivindicativa do presidente da ATP, Paulo Melo, que o antecedeu no púlpito.

Mesmo não tendo, naturalmente, acompanhado aos trabalho que decorreram ao longo da tarde de ontem, o ministro mostrou estar ao corrente dos debates e comunicações e procurou rebater o tom mais crítico de algumas intervenções. Contestou as criticas ao baixo crescimento da economia portuguesa – “há um ano diziam que era uma meta demasiado ambiciosa agora dizem que é curta” –, as afirmações de que não há um problema de financiamento – “continua a haver, principalmente para as PME” –, os problemas com a falta de mão-de-obra e os riscos do aumento de salários – “como há mais oferta os salários tenderão a subir” –, e contestou as teorias de que fariam crescer ainda mais o desemprego – os números mostram que foi tudo ao contrário”, concluiu.

Quanto aos custos da energia, o ministro lembrou que “teve este ano o menor aumento de preço da década” e que o próximo “haverá pela primeira vez uma redução”. “É o que queríamos? Não, mas é uma redução”, enfatizou, para explicar que há o “propósito de baixar os preços de forma consistente durante a próxima década” e que isso “será mais visível dentro de três a quatro anos”.

Quanto à próxima década, elogiou os propósitos de valorização e crescimento apontados no Roadmap da ATP, e reforçou que há que apostar também na digitalização no acesso ao cliente. Enaltecendo os avanços e modernização que os empresários fizeram já no funcionamento das empresas e em inovação para criar mais valor – “o Citeve é um bom exemplo – lembrou que é sobretudo na relação com o cliente final que pode estar o maior ganho.

“Até agora pensava-se na forma com o se podia reduzir custos numas calças que saíam a 6 ou 6,5€ para serem vendidas a 60€. Agora é o momento de olhar para cima, há muita capacidade de criar valor e olhar para esse 54€ que devem, de facto, pertencer às empresas”, exemplificou o ministro

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