27 setembro 18
Palestina

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Fama da nossa ITV chega a todos os cantos do mundo

Se houvesse alguma dúvida sobre a capacidade da ITV portuguesa chegar a todo o planeta, o Modtissimo disso dá mais uma prova: um dos primeiros compradores a dar entrada nos dois dias do certame veio da Palestina. A capacidade da indústria portuguesa por a sonhar os seus apreciadores parece ser uma universalidade, a que não será por certo alheio o trabalho de designers, empresários, produtores e divulgadores.

 

 

A Palestina é uma das geografias mais difíceis do Médio Oriente – e, por maioria de razão, de todo o planeta. Mas Thaer Mikkawi não desiste de importar têxteis e vestuário para a Palestina através da sua empresa – com décadas de atividade, depois de ter sido criada pelo pai – instalada em Ramallah. “É muito difícil fazer negócios na Palestina”, disse – ninguém consegue imaginar o contrário.

Por duas razões, conta. A primeira é que os contentores que servem para fazer chegar o que quer que seja ao interior do território são sistematicamente abertos nas fronteiras com Israel. “Falta sempre qualquer coisa”, afirma, para admitir que não há grande coisa a fazer, a não ser incorporar as perdas nas contas finais do deve e do haver.

O outro problema é o dinheiro – que se bifurca em duas componentes: tudo tem de se pagar, e a preços proibitivos, principalmente se determinada mercadoria tem de ser transportada para o interior do território palestiniano (o que quer dizer que tem de atravessar uma qualquer linha de fronteira); e pura e simplesmente não há dinheiro na Palestina.

“Não se produz nada na Palestina, tudo é importado, não há nada que se possa exportar”, afirma Thaer Mikkawi. E o dinheiro circula cada vez menos, ‘sugado’ por uma política que o governo do território (Mikkawi coloca governo entre aspas) mantem ancorada nos impostos.

Mas, a 5.700 quilómetros de Ramallah, em frente às portas de entrada do Modtissimo, tudo isso parece estar felizmente muito longe e Thaer Mikkawi, sorridente, assegura que “apesar de todos os problemas, não vou deixar de fazer negócios na Palestina”.

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