19 Junho 2018
Mais 29% em Maio

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ITV preocupada com o aumento dos custos de energia

O preço grossista no mercado ibérico de electricidade (Mibel) disparou 29% entre Abril e Maio, um aumento que está a afectar todas as indústrias, designadamente a têxtil que recorrentemente tem alertado para os elevados custos da energia eléctrica e do reflexo que essa pesada factura tem na ITV.

Em declarações ao semanário Expresso, a Associação Portuguesa dos Industriais Grandes Consumidores de Energia Eléctrica revelou a sua preocupação com esta subida: “E acresce ainda o facto de os preços verificados no Mibel compararem desfavoravelmente com os preços de electricidade em outros mercados grossistas, por exemplo França e Alemanha”.

O aumento verificado nesse período cria ainda mais perplexidade já que ocorreu numa altura de elevada disponibilidade hídrica nas barragens portuguesas (os custos de produção da energia hidroeléctrica são dos mais competitivos).

Com água disponível nas barragens, o que justifica então que os produtores de electricidade da Península Ibérica tenham em Maio facturado mais 29% por cada megawatt hora do que no mês anterior?, interroga o Expresso.

Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa Portugal, explica aquele semanário que há vários factores, desde uma quebra de 21% na produção de energia eólica até ao aumento dos preços do carvão e do gás natural à boleia da subida da cotação internacional do petróleo.

A EDP, o maior produtor de electricidade em Portugal, alinha pelo mesmo diapasão numa nota enviada ao Expresso: “Não obstante o nível confortável de armazenamento das barragens, o preço do mercado é ibérico e resulta do cuso marginal das centrais térmicas. A subida do preço de CO2 no mercado europeu, os preços altos de carvão e do Brent, indexante dos contratos de gás, no mercado internacional, provocaram um aumento dos custos de produção destas tecnologias”.

Já o presidente da Endesa Portugal acrescenta que, ao contrário de Portugal, em Espanha o volume de armazenamento de água nas barragens não teve a mesma dimensão que em Portugal.

Quanto ao facto de o preço em Maio ter disparado, a ERSE, entidade reguladora do sector, sublinha que “monitoriza de forma contínua o funcionamento do mercado” e se houver práticas que ponham em causa “o funcionamento íntegro do mercado” elas serão investigadas.

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