23 Março 2017
Ambiente

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Euronews mostra como se tinge sem desperdício

O repórter Julián Lopez Gómez do canal Euronews foi até Ronse, na Bélgica, a uma fábrica especializada no tingimento de tecidos ver como é possível evitar desperdícios nesta operação.

Segundo este canal televisivo, todos os anos, cerca de 12 mil quilómetros de material têxtil são tingidos. Para isso, são necessários milhões de litros de água. Depois de usada, essa água está cheia de corantes, químicos e sais. “Como reciclar esta água poluída de uma forma eficiente e acessível para que possa ser reutilizada no processo de tingimento?”, interroga a reportagem do Euronews, adiantando ainda que investigadores europeus pensam ter encontrado a resposta a esta pergunta.

A matéria-prima é tecida, testada, enrolada, cardada, branqueada, tingida, secada e estabilizada nesta fábrica de Ronse. A água está presente em muitos destes vários passos. Segundo a unidade fabril, o consumo anual médio de água é de cerca de 350 milhões de litros.

Jan Morel, gerente de manutenção da Utexbel, detalha o uso de água no processo: “Usamos cerca de 80 litros de água por cada quilo de tecido. Esta água entra no branqueamento do tecido, depois no tingimento e depois, na fixação das cores nos materiais têxteis, para que não desbotem. No fim, ficamos com uma água cheia de corantes e, claro, muito ácida. Primeiro neutralizamos esta acidez e depois despejamo-la na estação de tratamento de águas residuais municipal.”

O tratamento desta água tingida nas instalações municipais é extremamente onerosa.

Consciente destes desafios ambientais e financeiros, a fábrica fez uma parceria com os cientistas de um projeto de investigação europeu. O objetivo é encontrar soluções eficientes e sustentáveis para reciclar a água do processo de tingimento.

Os cientistas criaram uma unidade experimental de reciclagem. Dois processos diferentes são usados para limpar a água. O primeiro, chamado electrocoagulação, elimina os corantes. Um segundo processo, chamado osmose inversa, contribui para a eliminação de sais.

“Primeiro, passamos pelas membranas auto-filtrantes, onde retiramos todas as pequenas partículas e todas as outras coisas. Depois passamos ao segundo processo, a osmose inversa, que retirará até os sais e tudo o mais. No fim do processo, obtém-se esta linda água descolorada, totalmente limpa, com nada lá dentro, nem mesmo o sais. E se olharmos para o que tinhamos, começámos com isto, que é água suja com todos os corantes lá dentro. Então, este é o nosso produto final. E isto é aquilo com que começámos.”, explica o engenheiro químico da Ecoloro, Eric Van Sonsbeek, na reportagem da Euronews.

Pode ver o vídeo aqui.

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