04 março 21
Segurança Social

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Empresas estão a pagar obrigações do Estado no apoio à família

Os trabalhadores que optaram por permanecer em casa para apoiarem os filhos menores de 12 anos continuam a ter direito a uma parte do salário – que pode chegar aos 100% em alguns casos específicos – mas este esforço, ao invés de ser suportado na totalidade pela Segurança Social, está a ser repartido com as empresa, situação que a Associação Têxtil e do Vestuário de Portugal (ATP) considera absolutamente inadequada.

“Num momento de graves quebras de negócio e com as empresas a acumular prejuízos, sem dúvida que pesa estarem a pedir que tenham mais este custo, que não é minimamente adequado”, disse o presidente da ATP, Mário Jorge Machado, em declarações ao ‘Jornal de Notícias’ a propósito de as empresas continuarem a pagar entre 35% a 50% dos salários dos trabalhadores que optaram por permanecer em casa.

De algum modo, esta repartição dos encargos decorrentes da medida tomada pelo Governo para fazer face à pandemia resulta em que são as empresas que estão a substituir-se ao Estado na proteção social.

A medida “ainda é mais injusta num sector que emprega 130 mil trabalhadores, na maioria mulheres em idade fértil”, disse o presidente da ATP, para enfatizar que esta obrigação por parte das empresas não se coaduna com decisões estratégicas anteriormente tomadas pelo Governo ainda na área da família: “pedem às empresas que tenham políticas amigas da natalidade e agora as mesmas empresas são penalizadas por isso”.

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