15 Fevereiro 2018
Tapeçarias

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Desistart vendeu 1,4 milhões de euros em tapetes

A empresa de tapeçarias Desistart faturou mais de 1,4 milhões de euros em 2017, o que traduz um crescimento de 20% relativamente ao ano anterior. Uma reforçada aposta na internacionalização e no canal ‘contract’, com mais parcerias comerciais firmadas e mais hotéis equipados, assim como a ampliação do portefólio de produtos explicam a subida registada nas vendas, com as exportações a absorver cerca de dois terços da produção.

O EBITDA (lucro operacional bruto) também melhorou e chegou aos 500 mil euros, naquele que foi o primeiro ano completo de funcionamento da moderna unidade fabril que a empresa construiu em 2016. No final desse ano, a Desistart concluiu um ambicioso programa de investimentos de modernização, expansão e apetrechamento tecnológico, cofinanciado pelo Centro 2020, transferindo a fábrica que há quase 20 anos possuía em São Félix da Marinha, Gaia, para Cortegaça, Ovar.

Passou a dispor de mais de 2.000 metros quadrados de superfície coberta e de novos centros de competências, nomeadamente nas áreas de inovação e design. Com isto, criou 12 novos postos de trabalho. Mas, no ano passado fez mais seis recrutamentos, para responder ao acréscimo de encomendas, empregando atualmente 38 pessoas.

Nestas duas décadas, foi-se afirmando como marca de referência no mercado internacional de tapetes “hand tufted”, onde hoje usufrui de uma imagem ‘premium’ consolidada. Mas, no âmbito dos investimentos feitos em 2016, adquiriu quatro teares semiautomáticos para a produção de tapetes de nós manuais (“hand knotted”), o que lhe permitiu reforçar a capacidade instalada e ampliar a oferta no segmento dos produtos de luxo.

Com os investimentos feitos em 2016 com recurso aos fundos do Portugal 2020, dispõe hoje de uma das fábricas mais avançadas do subsector de tapeçarias da fileira têxtil portuguesa. Mesmo assim, em 2017 efetuou um novo investimento, de mais 200 mil euros, em dois novos teares manuais e um tear fixo. Com isto, pôde apresentar um novo produto (um tapete manual produzido num tear de oito liços) na mais recente edição da Maison & Objet, uma das maiores feiras profissionais de decoração e ‘homeware’, que decorreu em Paris entre 19 e 23 de janeiro.

Presentemente, exporta para mais de 16 países, sendo os mercados de Espanha, Bélgica, Holanda, França, Alemanha, EUA, Canadá e Áustria os mais relevantes.

Até final da década, as vendas além-fronteiras deverão ser o principal motor do crescimento da empresa e representar cerca de 90% do volume de negócios no final de 2018, que deverá aumentar, nas projeções da administração, para 1,8 milhões de euros, o que representará um crescimento superior a 30%. O objetivo é chegar aos 2 milhões de euros em 2020.

A Desistart não se relaciona diretamente com o público e só produz por encomenda. Os seus principais clientes são decoradores de interiores, designers, arquitetos e profissionais da área do ‘contract’.

No processo produtivo, só utiliza matéria-prima de qualidade, desde a lã de origem nacional até à seda 100%. O tipo de cliente, a importância que ele atribui à tapeçaria enquanto extensão da sua personalidade e a finalidade a que os tapetes se destinam são os fatores de compra determinantes. Na área residencial, a lã e as viscoses pesam mais na procura, mas nos projetos para hotelaria é sobretudo a lã, pela sua nobreza e resistência, a matéria-prima mais utilizada.

Trabalha com várias cadeias hoteleiras, no país e no estrangeiro, e, pontualmente, com alguns promotores imobiliários com uma oferta dirigida à habitação topo de gama, seja no segmento da requalificação seja na construção de raiz.

O desígnio estratégico definido para os próximos anos é posicionar a Desistart no mercado global como “marca premium”, assume Henrique Ferreira, CEO desta empresa familiar, de vocação exportadora e PME Líder. Para tanto, está focada no incremento dos negócios no sector hoteleiro, um boa montra para os fabricantes de tapeçarias ‘premium’. Em linha com esse desiderato, a empresa equipou nos últimos meses vários hotéis, de quatro e cinco estrelas, no país e no estrangeiro, ambicionando continuar a reforçar a sua posição no mercado interno, através do “fornecimento de soluções integradas para hoteleira, seja para projetos de remodelação seja para construções novas”, refere Henrique Ferreira, para quem a indústria nacional de tapeçaria está hoje “apetrechada para responder em tempo e com qualidade de fabrico e design aos mais elevados padrões de exigência da hotelaria” portuguesa.

No mercado nacional, a Desistart equipou em 2017 quatro hotéis: Tivoli Avenida Liberdade, em Lisboa; Aurea Fátima Hotel Congress & Spa, em Fátima; Torel Avantgarde, no Porto, e Lagos Avenida, em Lagos.

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