16 outubro 19
Inovação

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Crafil inventa processo de tingir linhas sem usar água

A Crafil está a passar para a escala industrial um processo de tingimento de linhas de costura que dispensa o uso de água, denominado Waterless, que começou a ser desenvolvido no início do ano passado.

“Estamos a passar da fase de laboratório para a de produção. Já temos um máquina protótipo e fizemos todos os testes”, afirma Vítor Alves, 45 anos, líder e fundador desta empresa de Oliveira São Mateus, Famalicão, que se dedica à produção de linhas de costura.

O processo de tingimento Waterless é apenas mais um exemplo da estratégia da Crafil de fugir de produtos básicos, apostar em linhas de alto valor acrescentado e em produtos sustentáveis, como a linha de costura de poliester 100% reciclada a partir de garrafas de plástico PET.

“Trata-se de um produto premium feito a pensar num mercado restrito. Fazemos linhas que há 15 anos, quando arrancamos com a empresa, era impossível imaginar que viriam a existir. Neste momento, já somos mais procurados pelas nossas inovações do que pelo preço”, declara o administrador da Crafil, empresa que se especializou em linhas de costura para denim e exporta cerca de 65%.

Marrocos, Paquistão, Turquia e Tunísia são os principais mercados de exportação, sendo que neste último pais do norte de África a Crafil tem, desde 2006, uma empresa com um armazém abastecido com um stock permanente.

“O stock service na Tunísia é fundamental para satisfazer as necessidades dos nossos clientes ingleses, franceses e americanos que mandam confeccionar lá. Algumas das melhores marcas do mundo usam linhas da Crafil”, explica Vítor Alves, que fornece marcas como a Tommy Hilfiger, Calvin Klein, Pepe Jeans e Salsa.

Para além da inovação, a rápida capacidade de resposta e preços competitivos são os factores onde se baseia a vantagem competitiva da Crafil, que nos últimos cinco anos investiu cerca de 1,5 milhões de euros em equipamento para bobinar, etiquetar, embalar, etc.

“Este ano já investimos numa máquina de etiquetar a cores, num programa de gestão de stocks e até ao fim do ano ainda vamos receber novas máquinas de bobinar da última geração”, revela Vítor.

Com 16 trabalhadores em Portugal, mais seis na Tunísia, a Crafil fechou 2018 com um volume de negócios de 2,3 milhões de euros, que este ano deverá registar um crescimento na ordem dos dois dígitos.   

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