17 abril 18
Exportação

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Coração é o trunfo da Ribera para ganhar a América Latina

A América Latina, onde se dá como um peixe na água, é a geografia onde a Ribera prevê que vão disparar as vendas das linhas de crochet da marca própria Coração, um produto histórico desta empresa centenária que foi ressuscitado em finais do ano passado.

O fabrico das linhas havia sido descontinuado quando em Portugal se perdeu a tradição do crochet, mas o conhecimento no entretanto adquirido nos mercados latino-americanos levou a empresa a voltar a produzi-las.

“Na América do Sul não só usam muitas rendas como também continua muito vivo o hábito de fazer crochet”, explica Francisco Teles Menezes, que assumiu há meia dúzia de anos o controlo da empresa em parceria com o seu sócio e amigo Andreas Falley.

A ColombiaModa 2012, onde arranjou logo um distribuidor, foi a porta de entrada na América Latina, a que seguiu o Peru no ano seguinte. Costa Rica, Equador e Panamá já fazem parte do mapa de mercados da Ribera, que na semana passada se estreou na Argentina, participando na Emitex.

De Buenos Aires, Francisco e Andreas trouxeram na mala adiantadas negociações com um grande distribuidor local. Debaixo da mira estão agora o Chile e o Uruguai.

Com 25 trabalhadores e fábrica em Guifões, a Ribera fechou o exercício de 2017 com um volume de negócios de um milhão de euros, que deverá crescer este ano 20%, rebocado pela aposta dupla na América Latina e nas linhas de crochet. 

Quando em finais de 2011 foi comprada por Francisco Teles de Menezes e Andreas Falley, a empresa tinha registado uma quebra brutal nas vendas (faturou 400 mil euros nesse ano …) e sofria com a exposição excessiva ao mercado interno, onde fazia mais de 90% do negócio.

A reorientação para a exportação, o reforço do departamento comercial e o privilegiar o consumidor (designadamente grandes empresas exportadoras de têxteis lar e confecções de Senhora) em detrimento dos intermediários foram o tripé da estratégia vencedora adoptada para dar a volta à empresa fundada em 1905 pela família galega Ribera e que em 1985 foi integrada na Efanor (grupo Sonae).

Nos dois primeiros anos ao leme da Ribera, a dupla Francisco/Andreas duplicou a faturação da Ribera e passou a exportar direta ou indiretamente mais de 95% da sua produção, demonstrando que não é só boa a fazer diagnósticos e a seleccionar os alvos – mas também a escolher os caminhos. 

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