17 junho 19
Conjuntura

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Confecções Lança estão a crescer 30% e investem 550 mil

A vida está a correr bem à Confecções Lança, que está a registar um crescimento de 30% nas vendas, o que a leva prever fechar o ano com um volume de negócios superior a sete milhões de euros – uma previsão prudente, uma vez que em 2018 facturou 6,3 milhões de euros, mais de 95% dos quais feitos na exportação.

Os fatos para homem são o principal produto desta empresa de confecções da Covilhã, dirigida por Paulo Ferreira e fundada em 1973 pelos seus pais, Maria e Firmino Gaudêncio, como fábrica de calças de ganga, que eram vendidas no mercado interno com a marca Lança.

“O consumo do fato clássico de homem tem vindo a baixar, mas as pessoas têm de se vestir”, diz Paulo Ferreira, um antigo extremo esquerdo do Sporting da Covilhã, para explicar porque é que o volume de negócios da Confecções Lança aumenta em contraciclo com a redução nas vendas globais do seu principal produto.

Para este fenómeno virtuoso também contribui o facto de, a devido tempo, a Confecções Lança ter diversificado dos fatos clássicos e de cerimónia para a produção de blazers de corte e estrutura mais modernos e arrojados – e de uniformes, em pequenas quantidades para o segmento alto, vestindo, por exemplo, os empregados do Ritz de Paris. 

“Andamos sempre à procura de novos clientes. E o nosso produto tem melhorado muito. Além de que a entrega rápida e nas datas acordadas com os clientes é um dos mais importantes factores de fidelização e que ajudaram a construir a reputação de credibilidade da nossa empresa”, complementa Paulo Ferreira, 54 anos,  general manager da Confecções Lança, que faz questão de todos os anos investir entre cinco a 10% da sua faturação.

Este ano, o plano de investimentos, orçado em 550 mil euros e já parcialmente executado, contempla a renovação na área informática, substituição de equipamentos, modernização da estrutura produtiva e a melhoria das condições de trabalho dos seus 225 trabalhadores.    

A flexibilidade, que lhe permite fazer fatos por medida (que já atingiram um peso de 10% nas vendas) desde o início desta década, é uma das vantagens comparativas da Confecções Lança.  “As chaves do nosso sucesso? A qualidade do produto, ser confiável, resposta rápida, entrega nos prazos e flexibilidade”, resume Paulo Ferreira.

As consequências do Brexit já se começaram a sentir. “Nota-se um abrandamento nas encomendas do Reino Unido, que são um dos nossos principais mercados de exportação, a para da França, Espanha e Escandinávia”, refere o diretor geral desta fábrica de confecções da Covilhã que produz 300 fatos por dia.              

Para compensar a quebra no Reino Unido, a Confecções Lança tem empreendido um esforço de diversificação de mercados, com o foco na América Latina, onde já está no Peru, Chile, Colômbia, Equador… “A nossa estratégia consiste em ter um cliente por mercado –  no máximo dois – , por país. O mundo é grande”, conclui Paulo Ferreira. 

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