30 maio 17
Rio Tinto

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Carlom investe 2,5 milhões e amplia instalações

O rejuvenescimento e modernização do parque de máquinas é um dos objectivos do programa de investimentos que a Carlom tem em curso, com três vertentes (inovação, internacionalização e qualificação) e um orçamento global que ronda os 2,5 milhões de euros.

A fatia de leão (1,5 milhões de euros) do programa de investimentos vai para a ampliação e remodelação das instalações, que implicou a compra de um terreno com uma área de quatro mil m2, contíguo à sua fábrica de Rio Tinto, onde vai construir um novo armazém com uma área coberta de três mil m2.

No particular do reequipamento, a Carlom adquiriu três novas máquinas – dois teares e uma urdideira – que substituirão antigas com vantagem. “São mais rápidas, poupam energia e reduzem defeitos”, resume Mário Diniz, 26 anos, licenciado em Gestão pela Católica (onde também fez um mestrado em Finanças), que há dois anos trabalha na Carlom fundada em 1966 pelo avô homónimo e um amigo dele (Eurico Ferraz).     

A indústria automóvel (neste momento está a produzir o tecido para o tecto do Peugeot 3008) é a principal cliente da Carlom, sendo responsável por cerca de 45% dos 18 milhões de euros do volume de negócios, seguida do calçado (30%) e mobiliário e estofos (6,5%), uma segmento que está a crescer bastante.

No início, a Carlom dedicava-se a colar espuma em tecido, para a indústria de calçado. Depois vieram os teares e iniciaram-se na produção de tecidos. Iam tocando de ouvido, respondendo ao que o mercado ia pedindo.

“Naqueles tempos, a procura era muito superior à oferta. A produção estava toda vendida. A clientela fazia fila à porta da fábrica para comprar”, conta Filipe Pereira, 34 anos, o licenciado em Gestão de Marketing pelo IPAM que, após ter passado por uma fiação, trabalha há dez anos as vendas da Carlom.

Na viragem do século, quando a conjuntura começou a mudar, o mercado interno a ficar estreito e as margens a apertarem, a Carlom iniciou uma viragem para a exportação e a diversificar do calçado para o setor automóvel.

“Temos três engenheiros a trabalhar a área de qualidade. A seguir à aeronáutica, a indústria automóvel é a mais exigente do mundo em termos de qualidade, prazos e intolerância aos defeitos. Essa exigência ajudou-nos muito a crescer”, explica Mário Diniz.

A Carlom atravessou a primeira década do século XXI ultrapassando com maior ou menor dificuldade os obstáculos que lhe iam aparecendo pelo caminho. Em vez de se queixar dos chineses, optou por importar da China os artigos que não lhe compensava produzir cá.  E o incêndio que em 2007 destruiu parte das instalações foi pragmaticamente encarado como a crise que devia ser transformada numa oportunidade.

“O que ardeu foi a parte mais velha da armazenagem, que assim foi feita de novo, mais moderna e eficaz”, refere Filipe Pereira, que começou a trabalhar na Carlom quatro meses antes do incêndio.

A aposta na indústria automóvel e o reforço da força comercial e da agressividade nas vendas, permitiu à Carlom triplicar o volume de negócios em dez anos (dos seis milhões, em 2007, para 18 milhões, em 2016). Mas crescer não é uma obsessão.

“A nossa estratégia é conservadora e prudente. Não queremos estar demasiadamente dependentes de nenhum setor ou país. Temos muito orgulho na polivalência da nossa carteira de produtos. E não queremos crescer a todo o custo, mas sim de uma forma sustentável, step by step. Gostamos de ter o negócio controlado e prezamos muito a nossa grande autonomia financeira”, resume Mário Diniz, a terceira geração que já debutou na Carlom.

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