21 Abril 2017
APICCAPS

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Calçado escolhe hoje nova direcção entre polémicas e acusações

Com uma história de sucessões consensuais e depois da liderança, forte e bem sucedida, de Fortunato Frederico nos últimos 18 anos, a APICCAPS tem hoje pela primeira vez uma eleição disputada por duas listas. Até ao final do dia, na sede da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos, os seus 400 associados vão decidir entre Luís Onofre e Sérgio Cunha quem será o novo presidente para os próximos três anos.

A par da escolha inédita nos 42 anos de história da associação, as últimas semanas ficaram marcadas também por trocas de acusações, mesmo assim suaves. Onofre diz mesmo que se soubesse que haveria outra lista não teria entrado na corrida, enquanto Sérgio Cunha – cuja candidatura é acusada de se apoiar numa lógica política associada à Câmara de Felgueiras – deixa insinuações sobre a transparência das contas na associação.

Ambos coincidem, no entanto, na necessidade de mudanças. Onofre fala em “ renovar, rejuvenescer e atrair uma nova geração de talento” e Cunha diz que  “os lugares não podem ser eternos e deveria haver limitação de mandatos”.

Tendo como lema “valorizar uma indústria vencedora” a lista A, de Luís Onofre, assume um “projecto eleitoral de continuidade, de coesão e de valorização da indústria mais sexy do mundo”, como referiu ao Jornal de Notícias/Dinheiro Vivo. Diz também que avançou com “espírito de missão”, a convite de Fortunato Frederico e não procura visibilidade ou protagonismo, deixando entender o fez no habitual pressuposto de consenso. Se tivesse sabido que haveria outra lista, “nunca teria aceite”, desabafou.

Já a lista B, de Sérgio Cunha, assume a mudança interna e limitação de mantados como prioridade. Quer que os empresários eleitos “exerçam, de facto, os seus mandatos, decidindo em nome da indústria em vez de delegar as decisões nos técnicos” e põe a tónica na “transparência de informação” sobre os custos de funcionamento da associação, como frisou em declarações ao Dinheiro Vivo. “Fico na história como o primeiro a não ficar calado”, assume o presidente do grupo Pedreira.

A par da disputa inédita e acusações veladas, as eleições de hoje vão ficar para a história também pela participação. Só nos votos pelo correio já foram largamente ultrapassados os números das anteriores votações.

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