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A história de um tecido pobre e áspero que se reinventou em peça de design, decoração e arquitetura é contada na última edição da revista Fugas, do Público, através das vozes de Isabel Costa e João Tomás, o casal responsável pelos Burel Mountain Hotels e pela Burel Factory. A empresa de Manteigas, especializada neste tecido serrano, viu também uma das suas amostras recentemente selecionada pela equipa da PV Paris como tendência para a próxima estação.
“Sou uma sonhadora operacional”, assim se define Isabel Costa, no artigo publicado este fim-de-semana pela revista do jornal Público. O sonho construído ao longo dos últimos nove anos consiste num projecto hoteleiro na Serra da Estrela – a Casa das Penhas Douradas e a Casa de São Lourenço – a que se juntou a produção têxtil, com a revitalização de um conjunto de unidades de fabrico na região. Como elo de ligação dos dois projecto está o burel, um tecido serrano laneiro, que outrora era relegado pela sua aspereza, mas hoje se afirma como um elemento central em projectos de design e arquitectura, a começar pelo própria decoração dos hóteis.
Se na revista Fugas é contada a história deste “tecido rude e resistente, feito com lã das ovelhas da serra”, que hoje “tem muitas cores e é utilizado de mil e uma formas criativas”, a prova da aceitação internacional vem da Première Vision Paris, que define uma das amostras da Burel Factory como tendência para a estação de inverno.
No seu guia “Trend Decoding”, os especialistas da feira de Paris incluem uma amostra da Burel Factory na lista de melhores escolhas para a produção de casacos e casualwear. “Com um toque aveludado, macio e fofo, providencia uma sensação de luxo e aconchego às peças”, afirma e equipa da PV, uma das maiores e mais relevantes feiras internacionais de tecidos, acrescentando que a “as lãs proporcionam um equilíbrio entre resistência e leveza, que permitem criar casacos longos, capazes de cobrir o corpo dos ombros aos tornozelos”.