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A empresa britânica Burberry decidiu em 2015 construir uma fábrica em Leeds (Reino Unido), mas acaba de colocar à venda os quatro hectares onde era suposto construir a sua nova unidade – numa decisão que tem tudo a ver com o Brexit. A empresa anunciou que vai vender o terreno em Leeds, depois de considerar o impacto negativo que a saída do Reino Unido da União Europeia terá nos seus planos.
Sob direção de Christopher Bailey, a empresa britânica elaborou o que chamou projeto Artisan: uma fábrica com o objetivo de triplicar a produção de casacos, num investimento de cerca de 58 milhões de euros. O plano incluía a produção de cinco mil peças por semana e iria empregar cerca de duzentas pessoas.
O grupo terminou o primeiro trimestre do ano com uma evolução praticamente em linha com o homólogo. Entre setembro e dezembro, a Burberry registou uma queda de 1% nas receitas, para os 808 milhões de euros.
A decisão da Burberry é apenas mais uma no cada vez mais extenso rol de empresas que nos últimos meses desistiram – ou quando muito suspenderam – investimentos previstos para o territírio britânico. As reservas dos investidores devem-se à confusão em que o Brexit se transformou – com as empresas sem saberem qual o rumo que o país irá tomar a partir da sua saída.
Em cima da mesa está, neste momento, a eventualidade de Conservadores e Trabalhistas britânicos convergirem para um plano que poderá resultar no pedido da assinatura de uma União Aduaneira com a União Europeia. Mas nem aqui há certezas: os conservadores querem uma união a funcionar até às próximas eleições, enquanto os Trabalhistas que essa ligação à UE possa ser permanente.