18 juLho 19
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Brexit: venda de moda sofre maior queda em cinco anos

As vendas de moda sofrem a maior queda no Reino Unido em cinco anos: a faturação de vestuário (e calçado) caiu 4,5% no mês de maio, tendo ficado ao nível de julho de 2015. Só no mês de maio, as vendas caíram 0,5%, quatro pontos acima da queda registada em abril, que foi de 0,1%, segundo revela o Índice de Vendas no Retalho do Gabinete Nacional de Estatísticas do Reino Unido.

De acordo com um relatório da responsabilidade da consultora KPMG, a incerteza política e económica em que o país está imerso como resultado mais imediato do Brexit está afetando a confiança dos consumidores e das empresas.

A esta incerteza vêm ainda juntar-se as alterações climáticas, que fizeram com que o inverno fosse demasiado ameno – não apelando à renovação dos guarda-fatos. De qualquer modo, a descida do consumo está em linha com o geral abrandamento da economia do Reino Unido, numa altura em que o Brexit é um conjunto de incertezas onde não cabe nenhuma certeza.

A confiança dos consumidores registou nova quebra desde que a primeira-ministra ainda em funções, Theresa May, anunciou que iria retirar-se de cena, promovendo uma votação interna, no Partido Conservador, para a sua substituição. Segundo tudo indica, o novo líder conservador ( e por ‘osmose’ o próximo primeiro-ministro) será o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Boris Johnson, que foi desde sempre um defensor de uma saída dura, se necessário sem acordo com a União Europeia.

Johnson voltou atrás, e nos últimos tempos tem afirmado ser favorável a um acordo com Bruxelas, mas os estragos ao nível da confiança dos consumidores eram já irreversíveis – como revelam todos os indicadores estatísticos disponíveis.

Este quadro de enorme incerteza obriga a uma cautela redobrada das empresas que vendem para o mercado britânico – como acontece com tantas empresas nacionais do setor têxtil e da moda, sendo certo que, neste momento, prevalece o princípio da incerteza: não é possível ter uma noção segura do que será o Brexit. Até porque uma saída com ou sem acordo será substancialmente diferente, desde logo em termos da política de tarifas alfandegárias a praticar sobre a produção oriunda da União Europeia.

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