16 Maio 2018
Futuro da ITV

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ATP recebeu delegação do FMI

A direcção da ATP deu conta, esta quarta-feira de manhã, da evolução da ITV nos últimos anos e dos constrangimentos ainda existentes neste sector à delegação do Fundo Monetário Internacional que está a efectuar uma ronda de contactos junto de diversas instituições portuguesas. O encontro teve lugar no âmbito da avaliação que o FMI continua a fazer em Portugal após ter terminado o programa de resgate da Troika.

Composta por 10 elementos, a delegação do FMI esteve em Famalicão, na ATP – que se fez representar pelo seu presidente, Paulo Melo, pelo director-geral Paulo Vaz, e por Isabel Furtado, também da direcção da ATP – sobretudo a ouvir aquilo que a indústria têxtil e do vestuário tem a dizer sobre a forma como o sector viveu estes últimos anos, designadamente desde que terminou o programa de resgate em 2014.

Ao que o T Jornal apurou, a ATP deu conta da recuperação que o sector encetou desde 2008 e cujo ponto alto foi até agora o recorde de exportações atingido no ano passado.

Essa evolução está relacionada com a modernização das empresas que entretanto foi sendo feita, com a digitalização a entrar em pleno em muitas delas, mas também com os saltos qualitativos no design, na internacionalização de marcas e empresas, e na aposta nas presenças em feiras internacionais que abrangem todos os sectores da ITV.

Além desde “bom trajecto”, a ATP manifestou também algumas preocupações que resultam das conjunturas políticas e económicas existentes, designadamente naquilo que costuma designar-se como competitividade.

Nesse aspecto, a direcção da ATP abordou os quatro pilares que são essenciais para as empresas portuguesas poderem ser competitivas. Desde logo, o aumento do custo do trabalho, que teve um crescimento nos últimos anos por força da subida do salário mínimo, mas sobretudo pela forma como esse aumento obrigou a crescer toda a grelha salarial das empresas.

O segundo aspecto tem a ver com o chamado custo do dinheiro e a dificuldade que o sector tem em se financiar, o que resulta em haver cada vez menos crédito concedido às empresas, uma limitação que é também fruto da grande concentração bancária em Portugal.

O terceiro pilar necessário à melhoria da competitividade é o que diz respeito ao custo da energia ser superior em Portugal ao que é praticado pela maioria dos países europeus. E isso acontece sobretudo pelos encargos que são incorporados na factura energética, nomeadamente para questões como as energias renováveis e outras.

Por último, a ATP deu conta que o ambiente fiscal não é amigável para os negócios, já que a carga fiscal tem vindo a crescer.

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