Por ocasião da COP 24 – conferência da ONU sobre alterações climáticas realizada na Polónia na semana passada – 43 grandes grupos das áreas da moda e do luxo assinaram, a 10 de dezembro, a Fashion Industry Charter for Climate Action, um documento no qual se comprometem a lutar contra o aquecimento global em toda a cadeia de produção. Com o objetivo de fazer desaparecer emissões de carbono até 2050.
H&M, Puma, Adidas, Burberry, Esprit, Guess, Hugo Boss, Gap, Inditex, Kering, Levi Strauss, Target, Business for Social Responsibility (BSR), China National Textile and Apparel Council (CNTAC), China Textile Information Center (CTIC), Global Fashion Agenda (GFA) e Global Organic Textile Standard (GOTS), International Finance Corporation (IFC), Outdoor Industry Association (OIA), Sustainable Apparel Coalition (SAC), sem esquecer a Sustainable Fashion Academy (SFA), Textile Exchange e a ZDHC são algumas das organizações que assinaram a carta que compromete a indústria da Moda.
Eis os 16 pontos que fazem parte do documento assinado.
- Apoiar os objetivos do Acordo de Paris em limitar o aumento da temperatura global;
- Comprometimento com reduções de 30% das emissões de carbono até 2030;
- Analisar e estabelecer um caminho de descarbonização para a indústria da moda, com base em metodologias científicas;
- Quantificar, monitorizar e divulgar publicamente as emissões, de acordo com os padrões de transparência;
- Fechar parceria com especialistas, empresas, investidores, defensores do meio ambiente e outros ‘stakeholders’ para desenvolver e implementar uma estratégia de descarbonização para a indústria;
- Comprometimento com o uso de materiais com baixo impacto e que não afetem negativamente a sustentabilidade;
- Buscar continuamente medidas de eficiência energética e energia renovável na cadeia de valor;
- O mais tardar até 2025, acabar com o uso de novas caldeiras a carvão ou outras fontes de geração de calor e energia alimentadas a carvão;
- Apoiar a transição global para o transporte de baixo carbono.
- Apoiar modelos de negócio circulares e reconhecer o impacto positivo nas emissões de GEE;
- Estabelecer um diálogo mais estreito com os consumidores para aumentar a conscientização sobre as emissões de carbono, reutilização de produtos em fim de vida, e promoção de comportamentos de consumo que reduzam os impactos ambientais e prolongam a vida útil dos produtos;
- Parceria com as autoridades políticas e financeiras para apoiar soluções de baixo carbono em todo o setor;
- Juntamente com outros interessados, desenvolver uma estratégia de desenvolvimento de políticas e leis para fortalecer a ação climática na indústria da moda;
- Estabelecer um diálogo com os governos dos principais países para promoção das energias renováveis, eficiência energética e infraestruturas necessárias para uma mudança sistémica a jusante da indústria da moda;
- Comunicar uma visão que promova ações contra as alterações climatéricas no setor da indústria da moda, através de um diálogo reforçado e de criação de confiança com as partes relevantes;
- Apoiar o secretariado da ONU sobre Mudanças Climáticas nos seus esforços para o reconhecimento dos compromissos delineados na Carta da Indústria da Moda para a Ação Climática.