26 Junho 2017
Desfile

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Antony Dang vai vender em Paris as roupas de Hugo Costa

Antony Dang, consultor e dono do Idao Showroom, passará a tratar das vendas em Paris da marca do estilista Hugo Costa, que apresentou este sábado no Maison des Métallos, a sua colecção Primavera/Verão 2018 “Don’t fish my fish” (“Não pesques o meu peixe”).

“Estamos numa fase de investimento, ainda por cima depois de uma altura em que mudámos de showroom. Perdemos algumas vendas, mas ao mesmo tempo conseguimos juntar-nos à pessoa certa para trabalhar a marca neste momento. Nós andávamos à procura de showroom e descobrimos o dele e ele andava à procura de marcas e já tinha pensado na nossa”, afirma Hugo Costa.

Antony Dang tratará das vendas da marca em Paris, mas ainda há muito para fazer. “Agora, temos de estar mais em Paris. Paris não pode existir no nosso projeto duas vezes por ano, tem de existir com algumas iniciativas que nos aproximem da imprensa”, explica o estilista.

Os planos, para pôr em marcha brevemente, envolvem um relações públicas, peças disponíveis para produções, press days sample sales. Os passos parecem fundamentais para o crescimento da marca, mas longe de Hugo deixar de desfilar no Porto, onde se apresenta duas vezes por ano, no Portugal Fashion.

Quanto à apresentação da coleção “Don’t fish my fish” voltou a fugir aos cânones do desfile convencional, naquela que foi a terceira vez que o criador desfilou em Paris. “A marca está mais madura, mais consistente. Não tendo sido pensada comercialmente, esta coleção tem um sentido comercial mais apurado”, conta Hugo Costa, citado pelo Observador.

“Há uma presença dos clássicos, um toque muito mais seco que nos transporta muito para o vestuário deles (os Moken, um grupo de nómadas que viveram no Arquipélago de Mergui) , muito natural, através do linho e de muito tecido próprio da camisaria”, acrescenta.

“Don’t Fish My Fish!” traz também uma mensagem. “Um recadinho”, como lhe chama Hugo Costa. No grande oceano que é a moda, as grandes companhias não têm quotas definidas por governos, mas engolem o mercado dos pequenos pescadores.

“É a comparação perfeita. Quando aparece algo fresco, ou é imediatamente captado por grandes grupos que querem fazer parte do negócio, ou então vemos as empresas de fast fashion a colocarem-no nas lojas, 15 dias depois”, remata, num apelo ao respeito pelo trabalho criativo.

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