25 março 20
Comércio

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Angola receia vírus nas roupas usadas vindas da Europa

Chamam-lhe “fardo”, é a roupa usada importada da Europa que é vendida em Angola, mas a população receia agora a contaminação pelo Coronavírus. Este comércio de rua serve de sustento a milhares de famílias.

Segundo noticiou a Rádio Voz da América, a organização não-governamental norueguesa Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo (ADPP), que fornece roupa a agentes autorizados, viu-se já obrigada a assegurar que não existem problemas de saúde ou contaminação, mas o povo retrai-se.

Em Benguela, onde a venda do fardo é a principal atividade de muitos mercados informais, multiplicam-se as queixas por parte daqueles que se dedicam a este negócio. “As coisas estão assim, assim… As pessoas aparecem pouco, andam com medo’’, relatam as vendedoras.

O responsável pelo vestuário do projecto, Admir Kicapa, que distribui para Benguela, Huíla, Namibe e Cunene disse que “não é possível o vírus resistir dentro do contentor durante seis meses. Há um produto dentro para proteger a roupa por causa da água do mar. Mas também temos tudo armazenado já, não estamos a receber navios’’, sublinha o funcionário da ONG.

O médico Manuel Cabinda, director do Gabinete Provincial de Saúde e membro da Comissão Provincial que trata da prevenção, refere também que o Ministério não proíbe o uso do fardo. “Nos seus comunicados, o Ministério da Saúde não faz menção a este assunto. Devemos seguir as comunicações oficiais, onde encontramos aquilo que podemos usar e não usar’’, reafirma o dirigente.

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