01 Agosto 18
Moda

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LESS buy.less: casacos por uma causa social

A LESS buy.less, a  marca de roupa criada por Ana Eusébio e Catarina Gonçalves que em Março deste ano foi finalista do Concurso Bloom do Portugal Fashion e que pretende consciencializar para a temática do consumismo excessivo e da sustentabilidade, foi uma das doze marcas de moda que aderiram ao projeto TANTO FAZ , que tem como objectivo dar apoio às crianças talibé da Guiné-Bissau.

Os designers foram desafiados a elaborar peças de vestuário recorrendo aos tradicionais panos de pente, numa ação que pretende mobilizar profissionais de grande qualidade de diferentes áreas a abraçarem o trabalho voluntário e, ao mesmo tempo, consciencializar o público para outras realidades culturais. A LESS buy.less respondeu ao desafio com uma linha de casacos desportivos, de corte over-sized, que conjugam os panos de pente com uma malha com coating em cortiça proveniente de economia circular, a união perfeita entre a Guiné-Bissau e Portugal.

“A LESS sente-se orgulhosa de fazer parte desta iniciativa e apresentar um trabalho que reflete os seus principais valores”, afirmam Ana Eusébio e Catarina Gonçalves. “Queremos acreditar que o FAZ será um sucesso e que muito trabalho virá associado ao mesmo”, concluem.

Airosa Design, Alfa Canté, D. Vaz, Cátia Moreira, Claúdia Vieira, Joana Espadinha, Mariana Almeida, Pérola Correia, Roselyn Silva, Shopie Bernardo e Stencillook são também alguns dos designers e marcas que integram a rede de voluntários do projecto, que conta também com profissionais de fotografia, vídeo e pós-produção, de design gráfico, comunicação e organização de eventos, e especialistas em desenvolvimento e migrações. O lucro das vendas reverterá 100% para a AMIC – Associação dos Amigos da Criança na Guiné-Bissau e serão canalizados para a compra de uma arca frigorífica, de computadores portáteis, de uma impressora, de baterias para os painéis solares, e também para a reabilitação do parque infantil.

O TANTO FAZ é um projecto que surge pelas mãos de Frederica Rodrigues, quando esta se desloca à Guiné-Bissau, em Dezembro de 2017, como consultora das Nações Unidas na área das migrações. Deslumbrada com os panos de pente, foi depois de contactar com a AMIC, que percebeu que poderia usar o tradicional tecido para promover a diversidade cultural do país e ajudar as crianças da associação. Entre 2005 e 2017, a Amic apoiou 1079 crianças talibé, cujas histórias de vida são dramáticas: são enviadas pelos pais para fora do país com o propósito de estudarem em escolas tradicionais corânicas (daaras), e é nessas circunstâncias que, muitas vezes, são vítimas de maus-tratos, transformadas em escravas e lançadas para situações de grande vulnerabilidade. Com o apoio da associação, as crianças sao retiradas das situações de perigo em que se encontram e devolvidas às familias nos seus países de origem.

 

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