T27 Dezembro 2017
Loja

A reinvenção do retalho

Uma boa relação qualidade-preço, a intemporalidade e qualidade das peças e a história dos projetos são pontos essenciais para figurar nestes espaços...

Carolina Guimarães

No início eram os sapatos. Depois o caminho do lifestyle começou a falar mais alto e apareceram as roupas, as revistas, as esculturas, as pinturas e o estacionário: tudo o que um cliente precisa para se vestir, de cima a baixo, e ainda levar na bagagem algumas experiências, cultura ou até o estômago quente forrado com um café.

O papel do The Feeting Room é mesmo esse: ser tudo um pouco e reinventar o conceito de retalho. “A inovação não está só no produto mas também no modelo de negócio”, diz Guilherme Oliveira que, em conjunto com Edgar Ferreira, forma a dupla que fundou e gere o projeto.

“Percebemos que havia uma lacuna nas marcas portuguesas: existem muitos produtores de qualidade que não chegam sequer ao mercado ou não estavam disseminados”, explica Guilherme que quis, com o seu sócio, “criar uma plataforma não só de venda mas também de promoção das marcas”. O The Feeting Room vê-se por isso como uma incubadora e curadora de projetos, com quem desenvolve eventos, ajuda na comunicação e, acima de tudo, proporciona a oportunidade de estar em dois sítios premium: no Largo dos Lóios, Porto, e no Chiado, em Lisboa.

São muitas as marcas diferenciadoras que recheiam ambos os espaços, capazes de satisfazer os gostos de uma ampla plateia de clientes. A ideia baseia-se na co-criação de valor: “há um co-branding positivo entre todas, que se entreajudam a vender muito mais. Não se canibalizam – potenciam-se”, afirma Guilherme.

Uma boa relação qualidade-preço, a intemporalidade e qualidade das peças e a história dos projetos são pontos essenciais para figurar nestes espaços: “no retalho tradicional, o sumo e a identidade da marca acabava por se perder no processo dos intermediários e aqui não”, afirma Edgar, explicando que os funcionários têm formação sobre as marcas de forma a manter vivo o seu ADN. Por isso é que “tu cá, tu lá” é, provavelmente, a forma certa de descrever a relação do The Feeting Room com os seus parceiros, deixando também para trás a relação de distância do comércio tradicional: “temos um contacto direto com eles, damos um feedback de rentabilidade, de coolness e de feeting”, revela Edgar Ferreira.

Apesar do frenesim da moda, do movimento constante nas ruas e da procura incessante de novas marcas e novidades, no The Feeting Room as coisas querem-se slow: quer seja pelos momentos no The Coffee Room – um spin off da própria loja portuense, que tem no seu piso superior um espaço de café onde os clientes podem desfrutar do espaço, enquanto conversam ou lêem uma revista –, quer pela filosofia inerte às roupas que vendem (onde o slow fashion já tomou lugar) ou até pela organização do espaço, feita de forma espaçosa e ordenada, sem apertos ou o caos instalado. Tudo sem pressas, enquanto se respira e absorve moda, enquanto o mundo continua a correr lá fora.

A Loja

The Feeting Room
Largo dos Lóios 86
Porto

Produtos Vestuário para homem e mulher, calçado, acessórios, esculturas, pinturas, revistas, estacionário Segmento Premium Espaços Porto e Lisboa Serviços adjacentes The Coffee Room (apenas no Porto) Loja online www.thefeetingroom.com

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