T21 Junho 2017
Loja

A loja que muda de cor

A confecção de todas as roupas de Anabela Baldaque é feita em Portugal e o primor é a palavra de ordem.

Carolina Guimarães

Tem 17 anos, mas não parece: a loja de Anabela Baldaque, situada em plena Foz, está mais actual que nunca. O espaço reflecte bem o conceito da própria marca: feminina, elegante, discreta e confortável – uma característica em grande parte conferida pelo ar arredondado da loja, que não tem cantos, e que pretende envolver os clientes no mundo encantado de Anabela, recheado pelas cores e texturas que moram nas suas peças.

São cerca de 120 as peças que, ao todo, estão expostas numa das paredes da loja, organizadas por cores e separadas com alguns intervalos de distância. Do laranja até ao preto, não faltam as blusas, os casacos, as saias e, acima de tudo, os vestidos – aquilo que Anabela mais gosta de desenhar. “Quando dou por mim, estou a desenhar um vestido – passo a vida a fazer vestidos! Esforço-me para fazer outras peças, até para me desafiar”, conta.

A confecção de todas as roupas é feita em Portugal e o primor é a palavra de ordem – “tudo é vestido e visto de todos os pontos de vista – sentado, de pé, de lado… é tudo testado… O detalhe e a forma como as peças são feitas também demonstra bem que quem as fabrica gosta daquilo que faz”, diz Anabela. E os tecidos, cheios de cor e texturas diferentes, também são um papel essencial nas peças da estilista que já conta com 32 anos de carreira: “Gosto muito de tecidos – acho que é algo muito importante na moda. Não me aborrecem! Mas percebo que é preciso ter sentido de humor para os usar e comprar” diz, apontando para várias das roupas repletas de bolinhas com relevos e padrões divertidos. “As peças precisam de ser olhadas e experimentadas – é preciso ter essa disponibilidade”, justifica.

Apesar de não serem roupas para quem é fã da monotonia e do monocromatismo, e dentro do nicho que Anabela Baldaque veste, o público-alvo é vasto: “Visto pessoas de 15 anos e outras de 60 – não sei por que é que isso acontece, não consigo explicar! E não é de todo feito de uma forma intencional…” diz a criadora que, no entanto, levanta uma teoria: “Se calhar as pessoas sentem-se especiais em comprar aqui uma peça e isso é independente da idade”.

Para além da irreverência característica nas peças de Anabela, a exclusividade é um elemento central – só faz dois ou três números de cada peça, ficando assim cada cliente com uma peça só sua, coisa que a estilista interpreta como sendo “um luxo”. Mais exclusivos que isso só mesmo os vestidos de noiva que também desenha no seu atelier, embora só consiga fazer quatro por estação: “Cheguei à conclusão que não tenho tempo para fazer mais que isso, senão começo a descurar o resto da colecção. Mas é algo que me dá mesmo muito prazer em fazer, em que ponho toda a minha dedicação”, afirma.

De ano a ano, a loja muda de cor e refresca-se ao olhar, mas a sua essência continua a mesma desde que a estilista estabeleceu ali a sua segunda casa. As estações mudam, as modas passam, as peças renovam-se e tomam o lugar de outras – mas a feminilidade, a assinatura mais forte e distintiva de Anabela, é coisa que dali não arreda pé.

A Loja

Anabela Baldaque
Rua do Padre Luís Cabral 1080
Porto

Produtos Roupa de mulher da marca própria Inauguração Setembro de 2000 Outros pontos de venda Marshmallow (Viseu, Espinho e Lisboa) Estilo elegante, feminino e discreto

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