A confecção de todas as roupas de Anabela Baldaque é feita em Portugal e o primor é a palavra de ordem.
Carolina Guimarães
Tem 17 anos, mas não parece: a loja de Anabela Baldaque, situada em plena Foz, está mais actual que nunca. O espaço reflecte bem o conceito da própria marca: feminina, elegante, discreta e confortável – uma característica em grande parte conferida pelo ar arredondado da loja, que não tem cantos, e que pretende envolver os clientes no mundo encantado de Anabela, recheado pelas cores e texturas que moram nas suas peças.
São cerca de 120 as peças que, ao todo, estão expostas numa das paredes da loja, organizadas por cores e separadas com alguns intervalos de distância. Do laranja até ao preto, não faltam as blusas, os casacos, as saias e, acima de tudo, os vestidos – aquilo que Anabela mais gosta de desenhar. “Quando dou por mim, estou a desenhar um vestido – passo a vida a fazer vestidos! Esforço-me para fazer outras peças, até para me desafiar”, conta.
A confecção de todas as roupas é feita em Portugal e o primor é a palavra de ordem – “tudo é vestido e visto de todos os pontos de vista – sentado, de pé, de lado… é tudo testado… O detalhe e a forma como as peças são feitas também demonstra bem que quem as fabrica gosta daquilo que faz”, diz Anabela. E os tecidos, cheios de cor e texturas diferentes, também são um papel essencial nas peças da estilista que já conta com 32 anos de carreira: “Gosto muito de tecidos – acho que é algo muito importante na moda. Não me aborrecem! Mas percebo que é preciso ter sentido de humor para os usar e comprar” diz, apontando para várias das roupas repletas de bolinhas com relevos e padrões divertidos. “As peças precisam de ser olhadas e experimentadas – é preciso ter essa disponibilidade”, justifica.
Apesar de não serem roupas para quem é fã da monotonia e do monocromatismo, e dentro do nicho que Anabela Baldaque veste, o público-alvo é vasto: “Visto pessoas de 15 anos e outras de 60 – não sei por que é que isso acontece, não consigo explicar! E não é de todo feito de uma forma intencional…” diz a criadora que, no entanto, levanta uma teoria: “Se calhar as pessoas sentem-se especiais em comprar aqui uma peça e isso é independente da idade”.
Para além da irreverência característica nas peças de Anabela, a exclusividade é um elemento central – só faz dois ou três números de cada peça, ficando assim cada cliente com uma peça só sua, coisa que a estilista interpreta como sendo “um luxo”. Mais exclusivos que isso só mesmo os vestidos de noiva que também desenha no seu atelier, embora só consiga fazer quatro por estação: “Cheguei à conclusão que não tenho tempo para fazer mais que isso, senão começo a descurar o resto da colecção. Mas é algo que me dá mesmo muito prazer em fazer, em que ponho toda a minha dedicação”, afirma.
De ano a ano, a loja muda de cor e refresca-se ao olhar, mas a sua essência continua a mesma desde que a estilista estabeleceu ali a sua segunda casa. As estações mudam, as modas passam, as peças renovam-se e tomam o lugar de outras – mas a feminilidade, a assinatura mais forte e distintiva de Anabela, é coisa que dali não arreda pé.
Anabela Baldaque
Rua do Padre Luís Cabral 1080
Porto
Produtos Roupa de mulher da marca própria Inauguração Setembro de 2000 Outros pontos de venda Marshmallow (Viseu, Espinho e Lisboa) Estilo elegante, feminino e discreto