Especialista em vestuário técnico, a Scoop é um exemplo de sustentabilidade, inovação e responsabilidade social. Uma estratégia que atravessa os muros da própria empresa e que se já se materializou na plantação de uma horta e de uma pequena floresta.
António Gonçalves
Inovação, sustentabilidade e responsabilidade social são palavras que a Scoop escreve a tinta permanente no currículo, numa estratégia que a tem colocado na vanguarda do vestuário técnico e em contacto permanente com marcas de renome internacional.
“Percebemos que nos tínhamos de posicionar pela diferenciação e com uma aposta firme na inovação” explica Daniel Pinto (foto), director de desenvolvimento e estratégia da Scoop, a propósito da preocupação com a sustentabilidade que é transversal a todos os processos da empresa: 70% das matérias primas são compradas no nosso país; na confecção e no corte a prioridade é reduzir os consumos de energia, água e plástico; nos projectos de investigação está a criar meios para reutilizar o stock acumulado de antigas colecções.
Esta política de fazer mais com menos tem trazido novos clientes e o reconhecimento de instituições públicas. O caso mais notável veio da própria ONU, que em Outubro incluiu a Scoop no “United Nations Global Compact”, um comité composto por mais de nove mil empresas que se destacam a nível internacional pela sua ação em prol dos direitos humanos e da conservação ambiental.
“Os grandes clientes internacionais privilegiam o facto de termos um sistema de gestão totalmente integrado com as normas para a inovação, qualidade, saúde e segurança no trabalho, e também na vertente ambiental e social”, afirma Daniel Pinto.
Com um percurso pouco usual, a empresa destacou-se inicialmente no vestuário desportivo para o esqui, uma modalidade rara no nosso país. “A oportunidade surgiu de um cliente sueco, depois começamos a fazer fatos de esqui para as escolas dos Alpes, e ainda hoje é um dos nossos principais mercados”.
No entanto, a sazonalidade deste mercado obrigou a Scoop a diversificar, especialmente desde 2006, quando se sentiram os sinais mais acentuados de crise. Hoje, para além do vestuário de neve, produz equipamento para vários desportos, como o ténis e o futebol americano – já esteve presente em Wimbledon e no Super Bowl –, e orientando-se tambémpara outras coleções na área dos “wearable techs”.
No mercado internacional, um dos seus principais argumentos é o serviço personalizado. “A Tommy, por exemplo, envia para cá uma equipa de desenvolvimento e nós vamos fazendo amostras enquanto tomam decisões. Até podem encontrar mais barato noutro lugar, mas aqui têm um serviço de qualidade”, afirma Daniel Pinto.
Mas não é só dentro de portas que a Scoop se esforça por fazer diferente. No ano passado criou uma horta biológica a partir da qual oferece sopa, sumo, fruta e chá a todos os funcionários. No terreno ao lado, cresce uma pequena floresta como símbolo de respeito e agradecimento aos bombeiros que todos aos anos combatem flagelo dos fogos. Só com árvores de espécies autóctones e cada uma tem o nome de um colaborador. Um ciclo perfeito, dentro e fora das paredes da empresa, onde a Scoop vai criando uma utopia cada vez mais verde.
Scoop – Scorecode têxteis
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Vila Nova de Famalicão
O que faz? Construiu a sua reputação como um parceiro estratégico na fabricação de vestuário técnico para algumas das maiores marcas do mundo no mercado de vestuário desportivo Fundação 1991 Trabalhadores Cerca de 120 Exportação vende para 22 mercados. Holanda e Reino Unido são os principais numa geografia que se alarga a países como Índia e Japão Marcos Importantes Volume de negócios 10 milhões de euros