Vivo num mundo cor de rosa
T20 Maio 2017

Alexandra Araújo

Administradora da LMA
F

oi Alexandra Araújo que deu o mote para a Pergunta do Mês do T19, em que sete empresárias –  Carla Pimenta (Texser), Sandra Morais (Custoitex), Fernanda Valente (Fernando Valente) Rita Fernandes (Mundifios), Joana Marinho (F Moda), Fátima Sousa (Domingos Sousa) e Ana Paula Rafael (Dielmar) – respondem a uma questão sugerida pela administradora da LMA. A empresária, no âmbito desse artigo, escreveu um texto de opinião, publicado no digital em primeira mão.

 

Todas as mulheres jovens precisam de modelos masculinos fortes.

Eu sou destemida como mulher por causa do meu pai mas também da minha mãe e das  altas expectativas que os dois puseram em mim. As mulheres mais confiantes que conheço têm todas influências masculinas positivas também .

As mulheres desempenham um papel fundamental na gestão, mas não conseguiremos a igualdade até que as empresas e a sociedade comecem a escutar-nos. Precisamos ser ouvidas. E é por isso que tenho lutado e eu vou lutar pelo que acredito.

Nós, mulheres, temos demonstrado a nossa capacidade de multitasking.

Nós, mulheres, temos a capacidade de lidar com muitas tarefas ao mesmo tempo como falar ao telefone, ler e-mails, programar mais que uma tarefa que precisa ser concluída… e com excelentes resultados.

Nós, mulheres, conseguimos, de uma forma eficaz,  equilibrar e orientar as nossas famílias e carreira simultaneamente. Temos muitas responsabilidades para cumprir.

Sermos mães e sermos empresárias, desembrulhar-nos dos deveres de casa e dos deveres nas empresas, gerir o ambiente familiar.

Isto para não falarmos da Inteligência emocional. Nós, mulheres, somos mais inteligentes emocionalmente do que os homens e possuímos boas habilidades interpessoais que são vitais para a elaboração de estratégias de suporte.

Comecei por me perguntar se os homens em posições similares à minha – CEO’s nas suas próprias empresas – teriam, como eu, de demostrar e fazer tarefas apenas na esperança de obterem reconhecimento e respeito.  Como se me estivessem a dar uma oportunidade na minha própria empresa.

Sou “a filha do patrão”. 🙂 Enquanto criança, fui treinada para ser líder. Não foi sempre fácil, mas tive bons exemplos e modelos de conduta.

Sou extremamente resiliente – tenho de reconhecer. Sou uma lutadora. Acho mesmo que quando se é menina e se começa a vida podemos escolher um de dois caminhos: podemos ser a vítima (e não digo isso de uma maneira negativa) ou optar por lutar e fazer-nos  respeitar num mundo de homens.

Eu escolhi esta segunda hipótese. Optei por lutar, fazer-me respeitar.

Tal como os meus pais, também eu tenho uma filha. Vivo num mundo cor de rosa.

Mas ela sabe desde pequenina que a paleta de cores é enorme e que há também um lado mais escuro. O espectro é enorme.

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