Mudam-se os tempos mudam-se as vontades
T10 Junho 2016

Braz Costa

Diretor-geral do CITEVE
A

mudança dos tempos tem um impacto conhecido nas vontades.

Não me lembro, nestas minhas duas décadas de ligação profissional à Indústria Têxtil e de Vestuário, de ver tantos governos/autoridades regionais da Europa a juntarem-se em torno do desenvolvimento de políticas para a dinamização da ITV nas respetivas regiões.

E bem, diria eu:

– Para que colectivamente selecionem as melhores formas de criar um ambiente de negócios facilitador do desenvolvimento das empresas;

– Para que façam chegar a sua voz à Comissão Europeia, tantas vezes protagonista de ações que não acolhem o setor em pé de igualdade com outros;

– Para promover a adoção de políticas que acolham as várias realidades têxteis europeias (mão de obra intensiva versus capital intensivo, moda versus têxteis técnicos, industria versus comércio,  etc..) de forma adequadamente diferenciada, mas sempre balanceada.

Portugal está envolvido nas duas iniciativas desta natureza de que tenho conhecimento, envolvendo autoridades como o Compete2020 e a CCDR-N, pelo que tenho a expectativa de muito bons resultados.

Como Portugal está algures entre as várias realidades europeias:

– Portugal está muito longe da realidade da Roménia, marcada por uma indústria incompleta e fortemente dependente do mais básico trabalho a feitio, no entanto sofre forte concorrência daquele país;

mas ao mesmo tempo …

– Portugal não está no mesmo patamar da Alemanha ou da Bélgica no domínio dos têxteis de aplicação técnica, mas concorre diretamente com esses países nos segmentos mais exigentes sob o ponto de vista da complexidade;

Se há país que tenha tudo a ganhar com uma Europa que favoreça igualmente todas as vertentes do negócio têxtil, é Portugal. Vamos ver.

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