Cheers future colleagues
T 12 setembro 2016

Braz Costa

Diretor Geral do CITEVE
A

pesar de ter andado ontem dois fusos horários para Oriente, acordei cedo, confrontei-me com o o facto de já terem passado 15 anos desde o atentado das torres gémeas e do ano record do turnover da ITV portuguesa, que todos esperamos que seja igualado por 2016.

De seguida vasculhei a net à procura dos resultados dos ingressos no Ensino Superior em Portugal. Naturalmente fi-lo com um foco particular sobre o que acontece ano após ano com as entradas no Ensino Superior de futuros profissionais dos setores têxtil e do vestuário.

É bem entendido que não são apenas os cursos que tem as palavras ‘têxtil’, ‘vestuário’ ou ‘moda’ nos seus títulos que são relevantes para o nosso setor, mas o que acontece com as entradas para estes cursos constitui indicadores muito importantes da evolução da imagem do setor e da perceção que os jovens e suas famílias vão criando sobre as possibilidades de se trilhar carreiras interessantes no negócio têxtil.

No que diz respeito à procura, o copo tem estado meio vazio. A metade referente às áreas do Design bem recheada com o preenchimento das 160 vagas disponíveis logo na primeira fase, mas mal cheio ou vazio no que concerne aos cursos de Engenharia Têxtil.

Em 2014, da totalidade dos candidatos que entraram na primeira fase, apenas 1%  eram candidatos a cursos de Engenharia, apesar de as vagas oferecidas para esta área constituírem 25% da totalidade.

A procura dos cursos de Design tem-se mantido relativamente estável, à volta das 160 vagas. Nos últimos três anos todas as vagas foram preenchidas logo na primeira fase. Perfeito.

Já nas Engenharias a situação tem sido completamente diferente. Vejamos os números: vagas preenchidas e menor nota de entrada

2009 – 14 – 11.1

2010 – 12 – 10.6

2011 – 2 – 12.4

2012 – 0

2013 – 2 – 12.3

2014 – 1 – 14.7

Mesmo sabendo que não ser apenas de Engenharia Têxtil que se faz a engenharia no setor, estes números colocaram os sinais de alarme todos ligados.

Em 2015 houve sinais de vida da procura da Engenharia Têxtil. Nesse ano, das 40 vagas disponibilizadas, 10 foram ocupadas na primeira fase.

Em 2016, as vagas propostas para Engenharia baixaram para metade, de 40 para 20, no entanto o número de candidatos colocados duplicou face a 2015, isto é, esgotaram as vagas logo na primeira fase tendo o último candidato entrado com 14.5 de nota.

Boas notícias, portanto.

Apesar de ser ainda de manhã, vim beber um copo bem cheio e ao levantá-lo pensei: cheers future colleagues, cheers Universidade do Minho, cheers those guys that believe in the future of the portuguese textile industry.

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