Ambição acrescida para o “Fashion From Portugal 4.0”
T37 Novembro 18

Paulo Vaz

Diretor Geral da ATP e Editor do T
A

campanha de promoção de imagem da indústria têxtil e vestuário portuguesa nos mercados internacionais está de regresso.

O programa “Fashion From Portugal”, que a ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal concebeu e colocou em prática, durante 2016 e 2017, em quatro mercados-chave para o sector – Espanha, Alemanha, Países Nórdicos e EUA, esteve focado nos subsectores da moda e marcas, “private label” e têxteis-lar, tendo sido o seu objetivo o reforço da reputação global da etiqueta “made in Portugal” e o seu superior posicionamento na cadeia de valor do negócio à escala global.

E se o mote da anterior campanha foi “designed in Portugal, produced in Portugal, dressed worlwide”, promovendo a reindustrialização e a valorização da proximidade da produção, informada pela inovação e o design, que os prémios europeus “European Entreprise Promotion Awards – EEPA” distinguiram recentemente na categoria de promoção internacional, a da atual, “Fashion From Portugal 4.0”, aposta nos novos meios de disseminação e comunicação digital para consolidar a imagem internacional da Indústria Têxtil e Vestuário nacional, elevando a fasquia da ambição ao usar o “slogan”: “Portugal: The New Trend Setter In Textile and Fashion Industry”, marcando um novo salto qualitativo no sector. De seguidores de tendências para criadores e ditadores de tendências.

Apresentado no passado dia 26 de Outubro, na Covilhã, com a estreia de uma das suas principais ações: a edição em inglês para os mercados internacionais do “T Jornal”, o “Fashion From Portugal 4.0” irá desenvolver um vasto conjunto de iniciativas, ao longo de um ano, entre as quais se destacam a criação de uma rede social dedicada aos profissionais do têxtil e da moda espalhados pelo mundo, o vídeo de segurança da TAP centrado na moda nacional e um conjunto de ações de comunicação, orientadas a jornalistas e decisores, em mercados tão diversos como a França, Alemanha, Espanha e Colômbia, acompanhando as principais feiras que a “ASM – Associação Selectiva Moda” organiza nesses países, reforçando a notoriedade das empresas nos certames aí realizados.

A Indústria Têxtil e Vestuário portuguesa realizou um notável desenvolvimento nos últimos dez anos, recuperou de uma crise, que, por muito pouco, não a aniquilou, reinventou-se com novos “drives”, como a moda e o design, a engenharia do produto e a inovação tecnológica, valorizou-se com a intensidade de serviço ao cliente e com uma maior presença internacional, sem nunca perder de vista a sua capacidade de permanecer competitiva, muito embora, hoje, o preço já não seja central para captar e fidelizar clientes. Este esforço de “up grade” não pode ser descontinuado ou enfraquecido, pois está muito mais por fazer do que aquilo que foi feito.

Saibam agora as políticas públicas alocar os necessários recursos, alinhando a estratégia sectorial, unificada e consistente, com a estratégia geral para economia portuguesa, evitando andar a distribuir benesses por diversos atores, tantas vezes por simples razões de política menor, premiando muitas vezes aqueles que continuam carentes de mostrar trabalho e ter histórico, em detrimento de quem já realizou e deu mostras, acabando por ter como único resultado o enfraquecimento da dinâmica do esforço empreendido e prejuízo da eficácia das ações.

Partilhar