T17 Fevereiro 2017
Corte & costura

Texto de Júlio Magalhães

Prada
"Trabalhar na Prada. Sempre foi uma vontade que me acompanhou".
Paulo Cravo

Para além de freelancer e professor de Design de Moda, Paulo Cravo é agora o coordenador do projecto Bloom.

importante para um criador, mesmo já consagrado, conseguir uma boa relação com uma indústria?
É fundamental! Caso contrário, os criadores não terão meios nem parceiros para fortalecer as suas marcas e dar resposta à industrialização dos produtos. Para evoluir, o apoio da indústria é imprescindível.

Como novo responsável pelo Bloom, qual vai ser o principal conselho que vais dar aos jovens criadores?
A minha principal preocupação vai ser consciencializá-los de que estão a entrar num universo muito competitivo e de muito trabalho. O meu papel é fazer-lhes entender que terão de se esforçar para estruturarem a sua marca da melhor maneira e a todos os níveis.

Qual foi a marca que mais gozo te deu trabalhar ao longo da tua carreira?
Vou eleger duas marcas em dois universos distintos. A primeira foi a marca que construí, como criador, com o meu amigo Nuno Baltazar. Cravo.Baltazar foi uma experiência muito enriquecedora a nível pessoal. Noutro universo, escolho a Deeply. Consegui fazer crescer, ao nível de vendas e de notoriedade. Esta insígnia da SportZone. Isso é o melhor que um designer pode conseguir como resultado do seu trabalho.

Está previsto o lançamento em breve da marca Paulo Cravo ou tens hoje outras prioridades?
Neste momento, a minha primeira prioridade é ser coordenador do Bloom. O meu foco vai para este desafio que começou agora. No entanto, existem alguns projectos na gaveta no segmento masculino que estão em fase de amadurecimento. Talvez os coloque em prática quando sentir que chegou o melhor momento para os tirar da gaveta.

Sentes que a ITV portuguesa é uma indústria do futuro? E também por isso, com futuro?
Sim. É uma indústria que no futuro vai ter bons resultados a vários níveis. Nas diferentes áreas há boas empresas que estão a demonstrar ter visão estratégica, apostando na sua renovação tecnológica e na apresentação de produtos inovadores. Não quero deixar de apelar à indústria para não esquecer os jovens designers. As parcerias entre empresas industriais e jovens criadores serão uma mais valia no futuro de um Portugal Criativo.

O que é que ainda te falta fazer no mundo da moda?
Trabalhar na Prada. Sempre foi uma vontade que me acompanhou.

Perfil

O novo coordenador do projecto Bloom nasceu em Paris (25 janeiro 1975) e fez no Porto o curso de Design de Moda do CITEX, dando nas vistas, ainda estudante, ao receber diversos prémios e distinções (Bienal Jovens Criadores da Europa e do Mediterrâneo, Sangue Novo e Máxima Novos Talentos). Em 1997, iniciou uma parceria com Nuno Baltazar desenvolvendo a etiqueta Cravo.Baltazar. Desde 2004, trabalha como freelancer colaborando com várias empresas e como professor de Design de Moda.

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