T30 MARÇO 2018
Corte & costura

Júlio Magalhães

Etiqueta - Step by Step
Paula Parracho foi responsável por um programa semanal no Porto Canal
Paula Parracho

Entre os anos 80 e 90 teve uma carreira de sucesso como manequim profissional. Atualmente continua ligada à moda como consultora de imagem: já foi responsável pela imagem dos apresentadores da RTP e agora assume o mesmo papel no Porto Canal.

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ras uma dos manequins de maior sucesso nos gloriosos tempos das feiras Portex. Nunca pensaste nessa altura em ter uma carreira internacional?

Fui manequim profissional durante doze anos, entre 1986 e 1998). Fará este ano vinte anos que me retirei das passarelas e das sessões fotográficas. A minha primeira digressão internacional foi por Helsínquia, Munique e Paris, e, em Paris a marca Speedo, de fatos de banho de competição, convidou-me para ficar e fazer uma feira internacional, que começaria na semana seguinte. Não aceitei, porque tinha um exame para fazer na faculdade no final da digressão. Hoje, poderei dizer que se tivesse ficado em Paris, em 1986, a minha carreira Internacional poderia mesmo ter tido uma outra “rota”.

 

Se fosse hoje, que Fashion Week internacional escolherias?

Nova Iorque e Milão.

 

Actualmente és responsável pela imagem dos apresentadores e apresentadoras do Porto Canal. Quem é que te dá mais trabalho? Qual é a cara mais esquisita na hora de provar a roupa?

Fui Consultora de Imagem na RTP durante dez anos (2001 a 2011), e regressei novamente à Televisão em 2016 com o teu convite para o Porto Canal. Tem sido um desafio diário, pois era uma área que não existia no canal. Claro que é muito mais fácil tratar do guarda-roupa masculino do que do feminino. Cuido dos jornalistas e apresentadores de ambos os sexos e não tenho razão de queixa!

 

Comparando os anos em que desfilavas e os desfiles a que assistes agora, como avalias a evolução da moda feita em Portugal pelos nossos criadores?

Claro que o glamour que existiu nos anos 80 e anos 90 hoje não se verifica, a meu ver, mas também porque o vivi na pele de manequim, ao desfilar para tantos criadores no Portugal Fashion e na Moda Lisboa. Eram outros tempos; as ferramentas tecnológicas eram escassas, o acesso à informação era muito difícil, etc. Tudo era muito mais lento e complexo. Os êxitos obtidos tinham um sabor maior. Nasceu uma nova vaga de criadores nacionais, com projecção Internacional, com outro background, que aposta designadamente em materiais texteis inovadores e de elevado conteúdo tecnológico. Lado a lado, caminham as duas gerações, que ano após ano, continuam a reinventar-se para que possam continuar a apresentar as suas colecções.

 

E pelas nossas marcas industriais?

As marcas industriais portuguesas tiveram obrigatoriamente que se reinventar.

 

Achas que há uma moda portuguesa ou devemos falar com mais propriedade de uma moda made in Portugal?

Penso que deveremos falar em Moda Made in Portugal, que não é nada mais de que Moda Portuguesa de portas abertas para o mercado internacional.

Perfil

Consultora em Comunicação e Relações Públicas confessa a paixão pelas artes plásticas (fez cursos de pintura e exposições várias), licenciou-se em Educação Física, mas foi na moda que teve o início profissional, aos 18 anos, em desfiles e photoshoots. Foi consultora de imagem na RTP e RTPN e teve um programa semanal no Porto Canal: Etiqueta - step by step.

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