T19 Abril 2017
Corte & costura

Júlio Magalhães

Crescer
Nos próximos dois anos, esperamos um crescimento de 30%.
Matilde Vasconcellos

Matilde Vasconcellos nasceu em Moçambique há 50 anos. Em 1992 lançou a Trotinete dedicada aos uniformes escolares e em 2007 apostou também no corporate wear com a criação da Trot.

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á quem chegue à moda de carrinho. Como foi chegar de Trotinete?
Devagar mas com sustentabilidade. Nascemos em 1992 como um projecto/sonho de criar uma marca de roupa de criança. Dois anos volvidos estávamos a actuar na área escolar onde nos destacamos pelo design e qualidade do produto. Na altura, esta vertente do mercado era praticamente inexistente em Portugal. Chegar de Trotinete foi muito positivo porque crescemos de forma saudável, pela diversidade da oferta e pela qualidade da inovação.

Nos colégios começou a facilitar-se nos estudos e a exigir cada vez mais na imagem?
Não diria que se facilitou mais nos estudos, mas não podemos negar a crescente valorização da imagem. Nós repensamos o uniforme convencional e criamos um conceito inovador e personalizado em que ele é pensado ao pormenor como uma colecção de roupa, com design e um look contemporâneos, coerente com a identidade e imagem corporativa de cada cliente.

Nos últimos 25 anos, quais foram os principais altos e baixos que teve de enfrentar?
Recordo-me da primeira vez que me rejeitaram encomendas por não conseguir responder aos prazos pretendidos. Só tinha experiência no design e dependia de terceiros para a produção. Foi este incidente que me levou a abandonar o projecto de roupa infantil para me dedicar exclusivamente aos uniformes. Aqui está a prova de que podemos sempre extrair algo de positivo das nossas falhas.

Sem preocupações clubísticas, qual é a cor mais requisitada para as fardas e uniformes escolares?
Eu diria o azul marinho, não só usado com frequência no fardamento escolar, assim como nas demais áreas com que trabalhamos.

Quem é mais interventivo na escolha dos seus produtos: o aluno, a mãe do aluno, a professora do aluno ou o colégio?
Todos. Mas é claro que as direcções das escolas preocupam-se muito em que eles agradem aos alunos e eles se sintam confortáveis e identificados com os uniformes que vestem.

E o peso das exportações no seu volume de negócios e os objectivos neste capítulo?
Exportamos cerca de 20% da produção para Europa e África. Angola, Suíça e Espanha são os principais mercados. Nos próximos dois anos, esperamos um crescimento de 30%, com a expansão para países como a França, Bélgica e Holanda.

Perfil

A empresária de Trotinete nasceu em Moçambique. Já em Portugal, fez Design de Moda e Calçado (1985) e licenciou-se em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (2007). Em Julho de 1992 lançou a Trotinete. No ano seguinte, um colégio desafiou-a a comercializar uniformes escolares. Face ao sucesso, orientou as suas colecções para a área dos fardamentos. Em 2007, criou a Trot, uma nova marca de corporate wear.

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