T36 Outubro 18
Corte & costura

Júlio Magalhães

Portugal na Moda
As marcas portuguesas estão mais arrojadas, com design mais original, mais competitivas e mais apetecíveis
Gilda Mendes

Gilda Mendes, 46 anos e diretora geral da No More, explica como é fazer comunicação num mundo cada vez mais globalizado e faz uma avaliação da performance das marcas portuguesas.

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que é que a No More faz a mais que a possa tornar uma agência demais?

Fazemos sempre mais do que esperam de nós. Adoramos ter ideias e pensar numa estratégia que faça a diferença no resultado dos nossos clientes. Nesse caminho, estamos sempre por perto, queremos garantir que sentem que podem confiar em nós. A No More é uma agência demais mas nunca é de mais contar com ela.

Qual é a importância de fazer a diferença num mundo cada vez mais global?

Chamar a atenção, conseguir lealdade. É mais global porque é mais digital e muito mais veloz. Mas sou sempre positiva por isso acho que isso é uma oportunidade. Com essa globalização conseguimos chegar ao mundo inteiro com mais facilidade. Há mais concorrência? Há. Fazer a diferença terá um papel determinante no resultado. A aposta na comunicação e posicionamento de uma marca é, hoje em dia, muito mais imperativa e exigente. Antecipar e conquistar a lealdade dos clientes será determinante. Num mundo mais digital, a humanização vai fazer a diferença.

A ITV enfrenta o desafio forte da internacionalização. Que pensa disto a No More?

As nossas empresas de têxtil e vestuário são das melhores do mundo. Temos o principal que é o produto, é preciso projetá-lo e fazê-lo chegar às redes certas para que possam crescer lá fora. Em várias empresas o orçamento de comunicação  ainda é visto como um gasto supérfluo e que pode ser feito a “meio gás”. Mas faz toda a diferença quando o objetivo é posicionar uma marca e comunicá-la para o target identificado, estudado e trabalhado. Só assim é mais eficaz… e isso, depois, vê-se nos resultados.

Trabalhar marcas é uma das competências da Agência. Como acha que está o panorama nacional das marcas de moda portuguesas? Andam bem tratadas ou maltratadas?

Andam muito “bem vestidas” muitas marcas portuguesas! Mas ainda há algumas, com menos preocupações com a imagem que talvez precisassem de dar uma voltinha ao armário. Nos últimos anos é clara a evolução da imagem das marcas de moda nacionais e a projeção que conquistam, também, fruto dessa melhoria. São mais arrojadas, com design mais original, estão mais competitivas, estão mais bonitas e apetecíveis. As redes digitais ajudam à projeção e é bom aproveitarem-se desta maré em que está Portugal, todo ele, na moda!

Durante muitos anos trabalhou a marca Portugal Fashion. Qual foi a importância desta marca para o upgrade da Imagem da ITV nacional?

O Portugal Fashion foi e continua a ser um grande palco de destaque para as marcas nacionais. Foi um cartão de visita, sem par, para a ITV nacional numa fase em que os canais de comunicação eram muito mais lentos. As tecnologias não permitiam a velocidade da informação como hoje, o que obrigava a um esforço acrescido para  comunicar e projetar as marcas. Fosse no mercado nacional, com a reunião de jornalistas e manequins internacionais fosse nos mercados externos, ou com os desfiles nas principais capitais da moda internacional. O Portugal Fashion promoveu uma boa produção, um bom design e excelentes profissionais com uma umbrella brand que posicionou as marcas portuguesas para os mercados internacionais.

Perfil

É diretora geral da No More, a agência com pronúncia, e por isso a gastronomia e lifestyle estão-lhe colados ao dia-a-dia. Mas também a Moda, com passagem pelo Portugal Fashion, onde coordenou as acções nacionais, tendo sido uma das fundadoras do espaço MUUDA, a inovadora concept store da Baixa do Porto. Adora a boa mesa, bons vinhos e o seu sonho era mesmo poder viajar sem parar.

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