T31 Abril 2018
Corte & costura

Júlio Magalhães

Têxteis Técnicos
"À minha voz os têxteis técnicos seriam o nosso único foco! Trata-se de uma área com um potencial enorme"
Carla Carvalho

Carla Carvalho divide o seu tempo entre a administração da WAT (We Are Technical) e aquele que define como o seu projeto de vida: a família. Economista de formação, descobriu nos têxteis técnicos o caminho para o sucesso.

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ão tendo nascido no meio do têxtil, como está a correr esta sua experiência no mundo dos trapos?

De facto a minha experiência com os trapos era até ao final do ano passado muito incipiente. Quase saída da faculdade fiz parte de uma equipa de reestruturação de empresas e um dos clientes era da área dos têxteis lar. É um mundo apaixonante e acredito que quem tenha uma visão profissional para o negócio vingue pelo mérito.

Considera-se uma fashion victim, no sentido de escrava das tendências da moda?

Bem pelo contrário. Estar sujeita a uma mudança constante face às tendências da moda é até um privilégio. Não vejo o sector e as suas empresas como vítimas mas antes como beneficiárias de uma realidade que as obriga a um alerta constante, uma dinâmica imparável, que são motores de sucesso para qualquer agente económico.

A indústria têxtil em Portugal no presente já tem mais futuro que passado?

Se calhar um pouco minada pelo que tenho vivido nestes últimos meses (onde constato que todos estão cheios de trabalho mas sempre aflitos de dinheiro), eu diria que espero que tenha tanto futuro como já tem de passado! É que, apesar de todas as criticas e contingências, a verdade é que este é um setor tradicional e há grandes impérios de hoje começaram do nada.

Qual é a importância dos novos têxteis técnicos no contexto da sua empresa?

Toda! À minha voz os têxteis técnicos seriam o nosso único foco! Trata-se de uma área com um potencial enorme, de clientes exigentes mas muito cumpridores e fáceis de fidelizar.

Também pertence ao grupo dos que  pensam que o e-commerce é que vai ditar todas as regras num futuro imediato?

O e-commerce assume sem dúvida cada vez mais um papel preponderante na venda. Contudo acho que não mudará assim tanto. As nossas empresas continuarão a fazer as suas vendas às marcas que depois, essas sim, terão que cada vez mais olhar para esse canal de venda. Se ao longo de uma história de tantas décadas o têxtil português não se afirmou como um sector de marca própria, como vai agora viver da venda online direta? As vendas online exigem um investimento em marketing digital que é para poucos e onde definitivamente as nossas empresas não se incluem.

Nos dias de hoje qual é o mercado mais apetecível para o que quer exportar?

Continuam a ser os nórdicos e Estados Unidos, mas existem outros de grande potencial. Os hábitos de desporto são cada vez mais globais, o que abre cada vez mais mercados. Felizmente!

 

Perfil

Administradora da WAT (We Are Technical), marca cujo nome logo explica a vocação para o fardamento e equipamentos de desporto. A par da empresa, mantem ainda a actividade como economista (“em regime liberal”) mas gosta de dizer que “o verdadeiro projecto de vida” são os dois filhos (18 e 11 anos). A música e o desporto preenchem-lhe os tempos livres.

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